Nos últimos anos, os atos de 1º de Maio da CUT e da Força Sindical desvirtuaram completamente o sentido que estes eventos já tiveram no Brasil e no mundo. A tradição operária dos mártires de Chicago de 1886 se transformou numa grande festa pelega, financiada pelas grandes empresas, a favor do governo.

Felizmente, esses tempos estão mudando. No 1º de Maio do ano passado, os trabalhadores imigrantes dos Estados Unidos fizeram uma greve geral, já que nesta data não é feriado no país. Assim, transformaram novamente o 1º de Maio numa referência de luta nos EUA.

Não vamos promover uma mobilização desta dimensão no Brasil, mas queremos resgatar a tradição de luta que também já foi dos trabalhadores brasileiros. Os atos de 1º de Maio em São Bernardo do Campo, na década de 80, por exemplo, foram pontos de apoio muito importantes para o ascenso grevista do momento. Naquele tempo, Lula estava do lado de cá da barricada. Hoje está junto com a grande burguesia nos atos da CUT.

Os atos da Conlutas e das entidades presentes no Fórum Nacional de Mobilização pretendem retomar essa tradição. Já houve protestos contra o governo Lula em atos de 1º de Maio passados. A diferença agora é que o encontro do dia 25 de março, com 6 mil ativistas de todo o país, possibilitou uma unidade inédita de uma ampla quantidade de entidades contra as reformas neoliberais de Lula.

Por isso, os atos deste ano serão maiores que os passados. E serão pontos de apoio para uma luta muito maior, que poderá envolver setores mais amplos na Jornada Nacional de Mobilização do dia 23 de maio, o próximo grande passo do plano de lutas contra as reformas.
Post author Editorial do Opinião Socialista nº 296
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