Algumas pesquisas históricas afirmam que o primeiro ato do 1º de Maio no Brasil teria ocorrido em 1895, em Santos (SP), um dos mais importantes centros operários na época. Anos antes, trabalhadores imigrantes haviam publicado o único número do jornal “1º de Maio“.

Em 1906, o I Congresso Operário Brasileiro, que fundou a Confederação Operária Brasileira (COB), definiu o 1º de Maio como dia de luta dos trabalhadores. Em 1919, no Rio de Janeiro, mais de 60 mil grevistas saíram em passeata na data, exigindo a jornada de trabalho de oito horas.

Nos anos 20, o governo procurou descaracterizar o dia de protesto e transformá-lo em uma festa oficial, ao decretar feriado. Durante o Estado Novo (1937-1945), Getúlio Vargas procurou retirar da data qualquer significado de combate, convertendo-a em dia de festa oficial, programada e dirigida pelo governo. Foi nessa época que Vargas apareceu como “pai dos pobres”.

Com o fim da ditadura varguista, em 1945, o caráter classista do 1° de Maio foi recuperado pelo movimento operário brasileiro. Dois anos depois, sob o impacto de diversas greves, a data foi marcada por reivindicação de melhores condições de trabalho, em defesa das liberdades democráticas, contra a carestia de vida, pela independência nacional e pela reforma agrária.

Durante os anos da ditadura militar (1964-1985), o 1° de Maio combativo sofreu uma brutal repressão. Os generais só permitiam os atos oficiais comandados pelos pelegos. Em 1969, entretanto, um protesto planejado pela esquerda transformou o ato oficial, realizado na praça da Sé, em São Paulo, numa batalha campal, em que o palco oficial foi destruído.

A data foi novamente recuperada como ato classista apenas no final dos anos 70, com o ascenso grevista do ABC paulista. Em 1979 e 1980, os atos reuniram mais de 150 mil pessoas em São Bernardo do Campo. Em 1985, a recém-fundada CUT convocou um grande ato na praça da Sé.

Ao longo dos anos 90, a CUT foi eliminando qualquer referência classista e incorporando a lógica do chamado “sindicalismo de resultados”, por meio de parcerias com os patrões. Hoje a central está no governo Lula e realiza os mega-shows, seguindo os passos da Força Sindical.

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