Faça você também seu cartaz em apoio à luta dos metroviários

Apesar de boa parte da imprensa realizar uma massiva campanha contra a greve dos metroviários de São Paulo, a mobilização da categoria vem recebendo apoio dos próprios usuários do sistema e da população em geral. Mensagens de apoio e solidariedade chegam de várias partes do país e até de fora do Brasil. Assim como ocorreu na greve dos garis, fotos com mensagens de apoio inundam as redes sociais.

Além de cartazes dizendo “Eu apoio a greve dos metroviários”, inúmeros posts fazem referência à catraca livre, proposta realizada pelos trabalhadores do Metrô como alternativa à paralisação. Os funcionários em greve se dispuseram a voltar ao trabalho, inclusive com o desconto do salário no dia, se governo paulista concordasse em liberar as catracas. Assim, os trabalhadores poderiam manter seu protesto sem prejudicar a população. Geraldo Alckmin (PSDB), porém, negou essa possibilidade, mostrando que pouco se importa com os milhões de trabalhadores que utilizam o transporte diariamente na capital paulista.

A campanha envolve trabalhadores de outras categorias, centrais como a CSP-Conlutas, entidades estudantis e da juventude como a ANEL e o Juntos, além de pessoas sem qualquer tipo de envolvimento sindical ou político. O pré-candidato à presidência da República pelo PSTU, Zé Maria, também entrou nessa campanha.

Enquete realizada pelo site R7 questionando se o governo deveria ou não liberar as catracas dava mais de 88% a favor da medida proposta pelo sindicato e os metroviários. O governo, porém, voltou a recusar a proposta, mostrando que pouco liga para os transtornos à população que ele mesmo causa. Outra enquete, realizada no Portal do programa Hoje em Dia, da Record, dava 81% de apoio à greve.

Truculência e intransigência
A negociação dos metroviários com a empresa já se arrasta desde abril. A proposta inicial da empresa era de pouco mais de 5%, o que sequer repunha a inflação do período. Com o indicativo de greve, subiram para 8,7%, que representa um aumento real de apenas 0,9% (tomando o IGP-M como base). Já os metroviários, que pediam 35%, baixaram a reivindicação para 16,5%. Sem qualquer contraproposta do governo estadual, reduziram ainda mais , para 12,2%. Mas o governo e a empresa se mantiveram intransigentes. Nesse dia 6 o governo paulista mandou a polícia reprimir os piquetes da greve.

Além dos salários corroídos pela inflação, os metroviários sofrem com o número reduzido de funcionários, enquanto o número de usuários do transporte cresce cada vez mais. O resultado da falta de investimentos do governo no setor se reflete nos metrôs lotados, que facilita os casos de assédios e abusos às mulheres, e nas falhas constantes do sistema.

A população, apesar da imprensa, do governo e da Justiça, vem percebendo que a luta dos metroviários é também por um transporte público de qualidade, ou seja, que é também a sua luta.