Ruralista tenta impedir campanha contra pecuária predatóriaO Ministério Público Federal iniciou em junho a campanha “Carne Legal”, com três vídeos intitulados “churrasco de desmatamento”, “picadinho de trabalho escravo” e “filé de lavagem de dinheiro”, orientando os consumidores a buscar saber a origem da carne que consomem.

A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil, através de sua presidente, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), entrou na Justiça pedindo a suspensão da campanha, alegando ser uma campanha ideológica, difamatória, com o objetivo de obrigar os produtores e frigoríficos a assinar o Termo de Ajuste de Conduta para tornar a carne legal, situação que, segundo a senadora, é impossível no país. Além disso, a Corregedoria do Ministério Público, a pedido da senadora, investigará a utilização de dinheiro público envolvido na campanha.

O episódio ilustra bem a truculência do agronegócio no Brasil, além de expor os próprios limites da Justiça do país.

Pecuária predatória
A expansão do agronegócio na Amazônia vem provocando uma imensa devastação ambiental. O carro chefe dessa expansão é a pecuária. Na cidade de São Félix do Xingu, na região Araguaia, por exemplo, o número de cabeças de gado aumentou de 72.840 em 1994 para 1,6 milhão de animais em 2007.

Muitas propriedades rurais usadas para a pecuária não registraram áreas de reserva legal. Segundo dados da própria CNA de Kátia Abreu, 90% dos fazendeiros estão nessa situação. Além disso, a maioria das terras apresenta irregularidade nos documentos de posse, indicando grilagem de terras.

A campanha está no site Carne Legal e é formada por três vídeos para televisão, três spots para rádios, um documentário, fôlderes, cartazes, adesivos, conta no twitter (@carnelegal).