Imagem das obras da Hidrelétrica

Além da melhoria das precárias condições de trabalho, operários exigem destituição do SintrapavNa manhã deste dia 5 de abril, cerca de 5 mil operários do sítio Pimental, nas obras da hidrelétrica de Belo Monte, decidiram cruzar os braços. À tarde, a paralisação se espalhou pelo sítio Belo Monte, o outro grande canteiro de obras da hidrelétrica. A pauta de reivindicações dos operários inclui a exigência do adicional de 40% para os trabalhadores alojados (chamado de “adicional de confinamento”), pagamento de hora extra aos sábados e o fim do sistema 5 por 1. Os operários denunciam ainda as precárias condições de alojamento e alimentação oferecidas pelo Consórcio Construtor Belo Monte.

Outra reivindicação dos trabalhadores do consórcio é o cumprimento da “baixada de três meses”, ou seja, um período de folga aos operários para voltarem às suas casas de origem. Apesar de já haver decisão judicial garantindo isso, o Consórcio Belo Monte impõe baixada de seis meses aos operários recém-contratados. Além disso, o consórcio vem obrigando o trabalho nos feriados. “Obrigaram o pessoal a trabalhar no Carnaval e agora na Semana Santa”, denuncia Walter Santos, ativista da CSP-Conlutas. Outra reclamação é o corte do ticket alimentação de R$ 200 no caso de falta. “Se faltar um dia eles cortam a metade, se faltar dois, cortam o ticket todo, é um absurdo”, afirma. Os trabalhadores também do desvio de função e do não pagamento da taxa de insalubridade.

Destituição do Sintrapav
Além das reivindicações e das denúncias das péssimas condições de trabalho, os operários estão exigindo a destituição do Sintrapav, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará, filiado à Força Sindical. A entidade que sempre se opõe à mobilização dos trabalhadores já está desmoralizada junto aos operários.

Quem está apoiando e impulsionando a luta dos operários nas obras da hidrelétrica é o Sinticma (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Madeireiras e da Construção Civil Leve de Altamira) e a CSP-Conlutas. “O sindicato vem cumprindo um papel fundamental junto à CS-Conlutas e a nossa luta está sendo oferecer aos operários uma alternativa de luta em contraposição ao sindicato atual que bloqueia as mobilizações”, explica Walter.

A Força Nacional, por sua vez, já está no local. Fortemente armados, os soldados intimidam os operários e cumprem o papel de seguranças do consórcio. Os trabalhadores, porém, como nas greves anteriores, não se abatem e prometem impor uma greve por tempo indeterminado, até que o consórcio atenda as reivindicações.