Wagner Damasceno, de Florianópolis (SC)

Muitas notícias me chamaram a atenção nesta semana repleta de acontecimentos no Brasil e no mundo. Mas queria aqui falar desta acima.

Um boi foi encontrado em estado de completa decomposição numa praia. Um senhor negro vai até esse boi, enfrenta o mal cheiro do animal morto, destrincha sua carne podre e leva pedaços de carne do cadáver bovino para comer.

Antes que alguém diga que a cena aconteceu em alguma região estrangeira tornada miserável pela guerra imperialista, digo que esta cena aconteceu na cidade de Macaé (RJ). Mais especificamente: na praia do Parque Aeroporto, o segundo bairro com a maior concentração operária da cidade.

Localizada no Norte Fluminense do Rio de Janeiro, Macaé era uma das cidades mais ricas do país. Possui um enorme proletariado industrial, majoritariamente negro, e que sofreu como poucos os efeitos da crise econômica.

Não é por acaso que o Rio de Janeiro é o epicentro da luta de classes do Brasil. Não é por acaso que Dilma (PT), e agora Temer (PMDB), enviaram tropas militares para o estado. É porque o desemprego e a fome sempre foram os combustíveis das rebeliões e revoluções na história.