Após os 60 dias propostos para que a empresa apresentasse seu plano de reestruturação, a General Motors Company entrou, nesta segunda-feira, dia 1º de junho, com um pedido de concordata nos Estados Unidos.

O plano de recuperação da empresa contém fortes ataques aos direitos dos trabalhadores, fechamento de fábricas e concessionárias, vendas de empresas subsidiárias fora dos Estados Unidos, demissões e corte de benefícios. Mais uma vez serão os trabalhadores os grandes prejudicados, obrigados a pagar o preço da crise.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas) manifestam sua total oposição a este plano.

Durante a concordata, o governo dos Estados Unidos e do Canadá injetarão ainda mais recursos na companhia, cerca de 30 bilhões de dólares, para reestruturar-se, fechar fábricas e atacar os direitos dos trabalhadores. Estas medidas, infelizmente, contam com o aval do sindicato da categoria nos Estados Unidos (UAW), que se tornará sócio da companhia.

Em relação à filial brasileira, a General Motors do Brasil (GMB), apesar de dizer o contrário, já vem sofrendo os efeitos desta reestruturação, por meio de demissões dos trabalhadores temporários, abertura de programas de demissão voluntária, aumento do ritmo de trabalho e das doenças do trabalho, aumento da remessa de lucros à matriz, entre outras medidas. Não podemos negar que a GMB tem um futuro incerto.

Mesmo durante a crise na matriz, a GMB enviou bilhões de dólares em remessa de lucros aos Estados Unidos nos últimos anos. Não podemos admitir a continuidade desta sangria. Defendemos a nacionalização da empresa como resposta à crise. A GMB tem tecnologia própria, engenharia, carros modernos e trabalhadores qualificados, capazes de controlar a produção, em benefício do desenvolvimento nacional.

O governo brasileiro já injetou milhões de dólares na companhia, seja para a instalação da fábrica de Gravataí (no Estado do Rio Grande do Sul, em 2000), bem como por meio de isenções fiscais e recursos do BNDES.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode nacionalizar a empresa para garantir os empregos, a manutenção de toda a produção aqui instalada e o desenvolvimento de uma indústria automobilística sobre novas bases.

Entendemos ser necessária uma forte reação e a organização dos trabalhadores da GM em escala internacional contra estes ataques e em defesa dos direitos fortemente ameaçados. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a Conlutas estão propondo às direções sindicais que se opõem a esta reestruturação que organizemos uma reunião internacional visando à construção de um plano de ação e resistência contra estes ataques.

O Sindicato dos Metalúrgicos já entrou em contato, nesta segunda-feira, com a direção na GMB exigindo o agendamento de uma reunião de urgência, para que se discuta o futuro da companhia e a defesa dos direitos dos trabalhadores.