Oposição de esquerda para derrotar a política de Eduardo Campos e do PSB em Recife e no estado.Como é possível que alguém sem história política, desconhecido de todos, tenha sido eleito prefeito de Recife e ainda com maioria absoluta de votos? Isso só pode ser explicado por três razões muito simples: primeiro, pelo grande desgaste dos 12 anos do PT na prefeitura. Em segundo lugar, pelo verdadeiro derrame de dinheiro investido na campanha do candidato do PSB, com toda a máquina do governo estadual voltada para a eleição municipal e o apoio milionário de grandes empresas que têm interesses de contratos na prefeitura do Recife. Por último, mas não menos importante, a popularidade de Eduardo Campos capitalizando o crescimento econômico do estado e sua relação de apoio a Dilma e LULA.

Geraldo Julio será uma marionete do governo estadual e das empresas que financiaram sua campanha. É como se não existisse mais prefeito na cidade e a prefeitura se transformasse numa Secretaria de Eduardo Campos. O perfil de “administrador” de Geraldo Júlio será usado numa gestão privatizante dos serviços públicos e de criminalização dos movimentos sociais.Não é preciso esperar até janeiro para perceber isso. Basta lembrar o papel que cumpriu no governo estadual.

Nós do PSTU somos oposição a Geraldo Júlio e chamamos à mobilização desde já, para que nos preparemos contra os ataques que certamente virão.A maior prova disso é justamente a PPP da Compesa, implementada por Eduardo Campos, que não é outra coisa senão a privatização dos serviços de esgoto no estado, que vai piorar o atendimento e aumentar a tarifa.

Geraldo Júlio foi um dos principais articuladores desse projeto. Da mesma forma que está por trás da privatização das rodovias no estado, como o “estudo” que a ODEBRECHT já está fazendo para criar um pedágio na rodovia que vai da Zona Norte da cidade até a Cidade da Copa em Camaragibe ( para esse “estudo”, a ODEBRECHT receberá R$9,5 milhões).

Onde está Humberto Costa do PT que tanto falou da PPP da Compesa durante as eleições? Já se reconciliou com o PSB e esqueceu tudo? Exigimos que os vereadores e deputados do PT se somem ao Sindicato dos Urbanitários na campanha de denúncia da privatização da Compesa. Ou era tudo só discurso eleitoreiro?

Não queremos compromisso com a direita
O PSTU não faz discurso eleitoreiro. Estamos, como sempre, ao lado do Sindicato dos Urbanitários e de todas as demais entidades e ativistas contrários a esse projeto de privatização para colocar a campanha na rua, denunciando os compromissos de Eduardo Campos e do prefeito Geraldo Júlio com esse projeto.

Em Recife, se a esquerda socialista tivesse saído unificada em uma frente única eleitoral (PSTU, PSOL e PCB) poderíamos ter consolidado um pólo de atração e organização de toda uma vanguarda de ativistas sindicais, estudantis e popular e obtido uma votação mais expressiva.

A votação na esquerda representou uma posição de repúdio aos que sempre comandaram a política na cidade e a busca de uma alternativa de gestão e atuação parlamentar vinculada aos movimentos sociais e aos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras.
Sabemos que muitos ativistas sérios votaram e fizeram campanha, sem cobrar nada em troca, para Edilson Silva do Psol na esperança de que houvesse alguma renovação na Câmara Municipal de Recife, que é um ambiente de negociatas, privilégios e tão distante das reivindicações dos trabalhadores.

Infelizmente, como estamos vendo em outras regiões do país, como Macapá, onde líderes do PSOL buscam apoio até do DEM no 2º turno das eleições, Edilson Silva decidiu, sem consultar os milhares de ativistas que o apoiaram, fazer parte de um tipo de “oposição” que envolve gente como Priscila Krause do DEM, Raul Jungmann do PPS e Daniel Coelho do PSDB. Todos vinculados aos projetos privatizantes dos tempos de FHC até hoje.

Quando Edilson Silva resolve se comprometer com esse tipo de “oposição”, está jogando no lixo todos os votos que recebeu e começa a trilhar o caminho do vale-tudo eleitoral, nos mesmos passos que trilhou antes o PT. Se não é isso, então deve se retirar imediatamente dessa frente de direita.

Precisamos organizar a oposição de esquerda na cidade e no estado, com os trabalhadores, nos bairros, nos sindicatos, entidades estudantis e populares e com todos os que acreditam num projeto de esquerda socialista para a cidade, unindo o PSOL, o PSTU e o PCB, mobilizando a população trabalhadora por melhores condições de vida.

Uma oposição de esquerda e de luta que retome as mobilizações pelo Piso Nacional para os professores do município, a urgente construção de mais creches, escolas, hospitais, um plano de habitação popular, regularização e urbanização dos terrenos ocupados para moradia, política pública de saúde integral, educação e emprego para as mulheres, negros, população LGBT, e tantas outras demandas da classe trabalhadora da cidade.