Direção Nacional do PSTU

No dia 24 de maio, mais de 100 mil manifestantes convocados pelas Centrais Sindicais, segundo os organizadores, tomaram Brasília. Fomos lá exigir a retirada das reformas da Previdência e trabalhista e a revogação da lei das terceirizações. E também lutar para pôr para fora Temer, esse Congresso de corruptos e dizer não às eleições indiretas.

O governo e esse Congresso de ladrões, porém, protagonizaram uma repressão brutal e inaceitável. Primeiro, tentaram revistar manifestantes ainda na passeata. Depois, quando ia começar o ato final, tentaram impedir que ele acontecesse.

Mesmo com os carros de som e os manifestantes no gramado à frente da barreira da PM, os policiais continuaram lançando, por mais de quatro horas seguidas, uma chuva de bombas, tiros de bala de borracha, uso de cavalaria contra as dezenas de milhares de manifestantes, tentando dispersá-los para impedir a realização do ato político e o direito de manifestação. Foi essa repressão selvagem, desencadeada pela Polícia Militar do governador Rodrigo Rolemberg (PSB), a pedido do Congresso e do governo Temer, a responsável pela situação gerada na esplanada dos ministérios no dia de ontem. Os manifestantes não fizeram mais do que se defenderem.

Diante da situação, o PSTU, na figura do Zé Maria, chamou os manifestantes a resistirem à agressão policial, a se manterem no gramado do Congresso e realizarem a manifestação. Dezenas de milhares de manifestantes e inúmeras organizações – destacamos o papel fundamental da CSP-Conlutas – resistiram por mais de quatro horas à violenta repressão policial, que chegou a usar inclusive arma letal, e resultou em dezenas de feridos. Reivindicamos fortemente a resistência. Os trabalhadores e trabalhadoras não podem abrir mão dos seus direitos, dentre eles o direito de se manifestar para defender seus interesses.

Não bastasse isso tudo, o governo Temer, à tarde, decidiu, por decreto, colocar as tropas do Exército nas ruas de Brasília por uma semana. Autorizou o “emprego das Forças Armadas para Garantia da Lei e da Ordem, no Distrito Federal”, usando de extremo autoritarismo, lembrando os momentos finais da ditadura militar.

Os manifestantes resistiram bravamente. Não conseguiram impedir nossa luta: ocupamos Brasília. O recurso às Forças Armadas pelo governo, longe de demonstrar força, expressou apenas sua fragilidade e sua incapacidade de governar. O recuo e a revogação do decreto só confirmam essa situação.

Governo, Congresso e patrões, entretanto, seguem querendo acabar com nossos direitos. Conforme noticia a imprensa, na hipótese de ser impossível manter o governo Temer, já estão tentando fazer um acordo para emplacar um novo presidente por eleição indireta, por esse Congresso de corruptos, para tentar retomar a aprovação das reformas contra nós.

Unidos somos fortes. A ocupação de Brasília ontem foi mais uma demonstração de que é possível derrotar o governo e enterrar de vez as reformas. Não há repressão que consiga parar a nossa luta se estivermos unidos e determinados. Os trabalhadores e trabalhadoras do nosso país, unidos e em luta, somos muito mais fortes do que todas as armas deles.

O caminho agora é convocar uma nova greve geral, de 48 horas para derrubar o governo, mas também esse Congresso e as reformas. Vamos parar o país e ir às ruas no Brasil inteiro. Mostrar a eles que não aceitaremos mais ataques aos nossos direitos, nem a bandalheira da corrupção instalada em Brasília. Nenhum direito a menos!

Devemos exigir das centrais sindicais que convoquem e marquem uma data para a greve. Para derrotar as reformas e botar para fora Temer e todos eles! Não vamos aceitar acordão nenhum para eleger um novo presidente de forma indireta para fazer as reformas.

Parafraseando os manifestantes de Brasília: “Temer Fora. Congresso Fora. Reformas Fora. Greve Geral de 48 horas”.
São Paulo, 25 de maio de 2017
Direção Nacional do PSTU