Deputado do PCdoB diz que aumento da criminalidade no Piauí é culpa dos professores grevistasO desmando na educação pública piauiense não é novidade pra ninguém. Porém, diferentemente do que afirmam o governo e a grande imprensa, esse cenário não é de responsabilidade dos (as) trabalhadores (as) em educação.
Nos últimos anos, sob os governos do PT e do PSB de Wellington Dias e Wilson Martins, respectivamente, a educação pública estadual sofreu duros ataques. As pautas dos(as) trabalhadores em educação e as principais demandas do ensino público foram negligenciadas. E o pior: em 2003, com o apoio da diretoria do SINTE (ligada ao PT e PSB), alguns direitos chegaram a ser retirados dos professores(as).
É impossível garantir a qualidade do ensino sem a valorização dos profissionais em educação. No entanto, nem mesmo o pagamento do rebaixado Piso do Magistério (R$ 1.451,00) estabelecido pelo MEC é cumprido pelo governo Wilson Martins. Em Teresina, o prefeito Elmano Ferrer (PTB) só recuou da intransigência e implantou o piso, após 87 dias da vitoriosa greve dos professores municipais.
A greve na Educação Estadual bate de frente contra a política de arrocho salarial do governo e também de precarização cada vez maior do ensino. Terceirizações, contratos temporários, fechamento de escolas e aumento da carga de trabalho dos profissionais são as medidas implementadas por Wilson Martins e pelo secretário-empresário Átila Lira (que é dono de faculdades particulares e tem todo interesse em continuar sucateando a UESPI e as escolas públicas). É a mesma lógica neoliberal imposta pelo Governo Dilma (PT) de precarização e privatização dos serviços públicos.
Os FORA DA LEI querem criminalizar nossos movimentos
Além da precarização, o governo Wilson impõe retirada de direitos, como a regência, tudo com o apoio incondicional do PT, PCdoB e outros partidos. O PCdoB, aliás, não só votou a favor do projeto que retirou a regência, como foi a público, através do deputado Robert Rios, para culpar a greve dos professores pelo aumento dos índices de violência no Piauí.
Crime mesmo é não cumprir a Lei do Piso do Magistério. Repudiamos toda e qualquer forma de criminalizar o movimento dos trabalhadores em educação. A greve dos profissionais em educação, além de legítima, é muito justa. Por isso, chamamos sindicatos, partidos de esquerda não governistas, movimentos estudantil e popular a manifestar apoio à luta dos trabalhadores em Educação e repudiar qualquer tentativa de criminalização da greve.