Na noite desta segunda-feira (13) milhares de trabalhadores do transporte urbano levantaram as mãos para deflagrar greve dos motoristas e cobradores de Curitiba. Na pauta de reivindicações aumento salarial, mas também melhorias nas condições de trabalho, que enfrentem a super exploração desta categoria, submetida a uma jornada de escala de sete dias de trabalho com um dia de descanso. Além disto, aumento do vale-alimentação e da verba para saúde e treinamento dos funcionários.

O Sindicato patronal ofereceu apenas o índice da inflação e a Prefeitura preferiu o caminho do silêncio e da omissão ao dizer que não iria se manifestar sobre a greve, pois se “trata de uma negociação entre o sindicato patronal e o dos trabalhadores”.

Esta greve é deflagrada num momento em que policiais militares e bombeiros articulam um movimento nacional de luta por direitos, em que o funcionalismo público enfrenta ataques dos diversos governos, como em Curitiba, com os trabalhadores da saúde e, em nível federal, com a nova proposta de reforma da Previdência.

Os donos das empresas privadas concessionárias do sistema de ônibus apresentaram uma proposta de reajuste de 7% nos salários, quando recentemente foi divulgado que a capital paranaense tem a maior inflação do país, sendo a cidade mais cara para os trabalhadores, com aluguéis altos, passagem de ônibus mais elevadas, aumento da tarifa de água e esgoto e dos combustíveis.

E a Prefeitura?
Segundo nota da URBS a Prefeitura diz não ter nada a ver com isto. Ora, mas é da Prefeitura de Curitiba o poder de conceder a exploração de um serviço público como este, essencial, principalmente, para a população trabalhadora. Entre o lucro do patrão, que acaba fazendo o monopólio privado do transporte e as melhorias das condições de vida e trabalho de motoristas e cobradores, o Prefeito Ducci (PSB) se esconde em sua omissão.

Afinal, a Prefeitura tem o poder sim de exigir das empresas privadas a redução de seus lucros para atender a pauta da categoria e não prejudicar a população que efetivamente precisa do serviço.

Não é culpa dos trabalhadores esta situação, mas do governo municipal e das empresas privadas.

Por esses motivos o PSTU se solidariza com a luta de motoristas e cobradores e apóia a greve pela melhoria de seus salários e condições de trabalho e exige do Governo Municipal que tome uma posição em favor da categoria, exigindo das empresas o atendimento da pauta de reivindicações.

É importante, a partir desta greve, discutir um novo modelo de transporte coletivo para a cidade que seja verdadeiramente público e estatal, com respeito aos direitos dos trabalhadores, com a ampliação dos serviços para a população, sem a submissão dos interesses da população trabalhadora aos lucros das empresas privadas que atualmente detém o monopólio do transporte urbano.

Acesso o Blog do PSTU de Curitiba