Acabou o 1º turno das eleições nacionais e ainda existem muitas incertezas sobre o futuro. As jornadas de junho abriram um momento de polarização política e social no país, que se expressou com força no processo eleitoral. Estamos vivendo as eleições presidenciais mais imprevisíveis desde 1989.

A juventude do PSTU apresentou quatorze candidaturas em todo o Brasil e estamos orgulhosos de nossa campanha. Divulgamos nossas propostas de transformação radical da sociedade e encontramos muita receptividade, um amplo anseio de mudança entre os jovens brasileiros.

Agora, estamos no segundo 2º turno e as eleições seguem muito acirradas, disputadas, voto a voto, entre a presidenta Dilma e o senador Aécio Neves. A parcela da juventude mais consciente quer evitar, a todo custo, a vitória do tucano, pois teme um novo governo mais privatista e repressivo.

Por isso, muitos preferem escolher o mal menor e votar em Dilma, mesmo que compartilhem críticas aos doze anos de governos federais do PT. Mas será que votar no PT é a melhor alternativa?

O PT pode derrotar a direita?
O crescimento eleitoral da direita está assustando um setor de ativistas e jovens comprometidos com a igualdade social e as liberdades democráticas. Há o medo de uma suposta onda conservadora em nosso país.

Nós acreditamos que o fortalecimento da direita não é resultado de um retrocesso político da sociedade brasileira. Muito pelo contrário, é parte da contraofensiva das elites proprietárias, depois do avanço das mobilizações populares, das greves e ocupações urbanas no país. Essa polarização política e social não começou com as eleições e nem deve acabar depois do dia 26 de outubro.

Embora a publicidade eleitoral tente esconder, o PT não pode combater a direita, porque, infelizmente, uniu-se a ela para governar o Brasil. Os doze anos de Lula e Dilma no poder demonstraram sua opção em se aliar com os bancos e as empreiteiras, os maiores financiadores de suas campanhas eleitorais.

A direita está crescendo, principalmente, no interior do governo petista. Os conservadores Feliciano, Russomano, Bolsonaro, Sarney e Collor, por exemplo, foram da base aliada do governo federal no Congresso Nacional. Os próximos quatro anos não serão diferentes.

Os acordos do PT com o PMDB, o PP e muitas outras legendas de aluguel impediram a criminalização da LGBTfobia, a legalização da maconha, a descriminalização do aborto, a desmilitarização da PM e a ampliação dos investimentos públicos em educação, transporte, saúde e moradia.

Desde 2013, o governo Dilma impulsionou, na verdade, a criminalização dos movimentos sociais e as privatizações do patrimônio público. A repressão aos protestos durante a Copa do Mundo e o leilão do pré-sal do Campo de Libra são tristes exemplos.

A juventude e os trabalhadores podem mudar o Brasil!
Não é o voto que vai derrotar a direita e conquistar os direitos e as liberdades que desejamos. Votar em Dilma é depositar nova confiança na aliança do PT com os ricos, corruptos e reacionários.

O Brasil precisa de mudanças profundas e radicais. É necessário romper os pactos com as empresas privadas e os partidos da ordem. A riqueza nacional produzida pelo povo brasileiro deve estar a serviço da igualdade social e da melhoria dos serviços públicos.

Por isso, defendemos o voto nulo e convidamos você a seguir lutando por um novo futuro, livre da exploração e da opressão. Vamos derrotar a direita através da mobilização independente, em unidade com os movimentos populares e os trabalhadores. Nossos sonhos estão nas ruas!