Nos dias 30 e 31 de março, serão realizadas as eleições para escolha da nova diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém do Pará. O
Opinião Socialista entrevistou Atenágoras Lopes (atual presidente do sindicato) e Cleber Rabelo. Ambos são membros da atual diretoria da entidade e integrantes
da Chapa 1 – Pra continuar Conlutas

Opinião Socialista – Quais são as expectativas com a relação às eleições do sindicato?

Atenágoras Lopes – Será uma eleição muito importante. Nós preparamos uma chapa, Chapa 1 – Pra continuar Conlutas, com um amplo debate na categoria para disputar as eleições, nos dias 30 e 31 de março. Construímos uma bagagem de lutas e mobilizações durante todo o período em que estivemos à frente da diretoria. Foi assim, por exemplo, quando fizemos uma greve de 15 dias em 2004, a maior da categoria nos últimos anos.

A oposição à atual diretoria do sindicato é ligada ao PCdoB e já esteve por 20 anos à frente da direção da categoria. Nesse período o que predominou foi a traição, a venda de direitos e a falta de democracia que impedia a participação dos trabalhadores na vida do sindicato.

Hoje existe uma alternativa de lutas contra a pelegada já consolidada.
Por isso é importante que todas as entidades na Conlutas forneçam apoio político e material para que o principal sindicato da Região Norte siga sendo combativo e de lutas. Siga Conlutas.

OS – No mês passado foi realizado o Congresso do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém do Pará. Quais foram os resultados?

Cleber Rabelo – Foi um congresso vitorioso, realizado entre os dias 17 e 19 de fevereiro com a participação de 110 delegados credenciados. Quer dizer, foram representados cerca de 72 canteiros de obras. A direção atual do sindicato apresentou uma tese, cujos eixos eram a defesa da Conlutas, a construção do Conat e o chamado à realização de uma Frente Classista nas eleições de outubro. O congresso foi antecipado para que a categoria pudesse discutir também a nossa campanha salarial, tendo em vista que os trabalhadores encaram o salário mínimo proposto pelo governo como um salário de miséria.

OS – Como foi o debate sobre o Conat?

Cleber – Nosso sindicato foi o primeiro da Região Norte a se desfiliar da CUT e aderir à Conlutas. Hoje existe uma coordenação estadual da Conlutas que se reúne toda quarta-feira e agrega várias entidades que já romperam com a central governista. Nosso próximo passo é preparar as entidades para eleger o maior número possível de delegados. Nosso congresso, inclusive, aprovou a ida de 35 delegados ao Conat. Mesmo assim, muitos trabalhadores querem ir, mas infelizmente faltam vagas. Tudo isso mostra que a categoria está muito animada para participar desse grande evento.

OS – Como está na categoria o debate sobre as eleições de outubro?

Atenágoras – Olha, foi uma das questões mais polêmicas do congresso. Fizemos debates com os delegados sobre a necessidade de construir uma alternativa dos trabalhadores para as eleições, se contrapondo à falsa polarização entre PT e PSDB-PFL.

A nossa tese defende a necessidade de construir essa Frente de Esquerda e Socialista nas eleições, apresentando uma alternativa contra esses dois setores que representam os interesses dos patrões. Os defensores da Chapa 2, entretanto, defenderam que o sindicato deveria apoiar a reeleição de Lula. Mas os governistas foram rechaçados no congresso e 73% dos delegados aprovaram a necessidade de se construir a Frente fazendo um chamado aos setores da esquerda brasileira, como os companheiros do P-SOL, PCB, Consulta Popular, MST, pra unir nas lutas e também numa grande frente eleitoral. Lembrando que essa frente é classista, quer dizer, não pode ter partido dos patrões, como o PDT.

Esperamos que as demais categorias em luta no País apontem para essa mesma política.
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