CUT, UNE, MST e outras organizações tentam impor ato chapa-branca e censurar críticas ao governo

No dia 22 de abril, quarta-feira, foi realizada uma reunião para discutir um ato do 1º de maio unificado em São Paulo. Na última reunião das centrais sindicais em Brasília, havia se discutido a possibilidade de se realizar atos unitários nesse dia, que resgatasse o caráter de luta da data, em cima das bandeiras que foram acordadas para o dia 15 de abril, o dia nacional de paralisação e mobilização.  Ou seja, bandeiras como a luta contra o Projeto de Lei 43330, das terceirizações e a revogação das Medidas Provisórias 664 e 665, sendo que a sua viabilidade seria discutida nos estados.

Diante desta possibilidade é que resolvemos participar da reunião da organização do ato em São Paulo, um local que tem importância nacional e onde, tradicionalmente, a CUT e a Força Sindical desvirtuaram o caráter do 1º de maio com festas patrocinadas pelas empresas e pelos governos. No entanto, na reunião, foi apresentado um outro formato de ato que já vinha sendo organizado pela CUT, CTB, MST, MTST ,UNE, Intersindical (Central) e outras organizações.

O material da convocatória já estava rodado e vinha com as bandeiras do ato do 13 de março, ou seja, contra a retirada de direitos, pela reforma política, em “defesa” da Petrobras, contra o suposto golpismo, etc. Logicamente, estas propostas não viabilizariam um ato unitário  e  o pior, era uma exigência dos organizadores que não poderia haver nenhuma faixa ou bandeira contra o governo Dilma e os partidos da base aliada. Não poderia haver nas faixas palavras como “chega”, “basta”, “fora”, senão elas seriam arrancadas na porrada. Um absurdo que nenhuma organização classista pode concordar já que a independência das organizações com suas faixas e bandeiras é inegociável.

Assim, vão realizar um ato que, objetivamente, será de cobertura do governo Dilma, na medida em que não permite  qualquer tipo de crítica. Infelizmente, a CSP-Conlutas foi voz solitária contra esta posição, pois a Intersindical (Central), o PSOL e o MTST concordaram com estas imposições e estão trabalhando para o ato que, longe dos sentimentos das ruas, dos trabalhadores das fábricas, dos bancos, será bem chapa-branca.

Defendemos a mais ampla unidade de ação das organizações dos trabalhadores para derrotar a PL 4330 e as Medidas Provisórias de Dilma que retiram direitos dos trabalhadores. Estivemos à frente das manifestações e paralisações do dia 15 de abril e defendemos que é necessária uma Greve Geral para derrotar as terceirizações e o ajuste do governo. Temos feito insistentemente este chamado às centrais sindicais, independente de sua posição em relação ao governo. No entanto, não abrimos mão de denunciar o governo Dilma e os governos estaduais como responsáveis pela situação de penúria dos trabalhadores, de fazerem o ajuste fiscal para atender aos bancos e grandes empresas e de sucatear o serviço público para pagar a dívida aos banqueiros.

Em São Paulo, estaremos na Praça da Sé no 1º de maio de luta e independente dos patrões e dos  governos. Contra Dilma e Alckmin, contra o PL 4330 e as MP’s 664 e 665 e defendendo a  organização de uma Greve Geral.