Professores, funcionários e estudantes das três universidades estaduais de São Paulo estão em greve contra o sucateamento da educação. Iniciado pela Unesp, no dia 21 de maio, o movimento foi incorporado pela USP e pela Unicamp uma semana depois.`MiltonComo está o movimento de greve das universidades paulistas atualmente?

A greve está forte em todos os campi. Na Unesp, esse movimento estava forte desde o início. Na última semana, após a negociação com os reitores, que insistiram na proposta de 0%, a greve se fortaleceu na USP e Unicamp.

Quais as reivindicações e o que o Cruesp (entidade que articula as reitorias das três universidades) ofereceu?

Além dos 16% de reajuste, o movimento também defende uma política salarial para o segundo semestre. Lutamos ainda por mais verbas para as universidades, contra a reforma Universitária do governo Lula, pela contratação de professores em regime integral, pela assistência estudantil, enfim, temos uma pauta conjunta que engloba as reivindicações das universidades. O Cruesp, porém, se limitou a oferecer 0% de reajuste até agora, e propõe uma política salarial para o segundo semestre baseada no aumento da arrecadação do ICMS de outubro, sendo que essa arrecadação tem aumento previsto em 0%.

Na sua opinião existe alguma relação entre a atual crise das universidades e a reforma Universitária de Lula?

Tem tudo a ver. Na Unesp existe uma crise financeira e, por outro lado, temos a aplicação do ensino à distância e a expansão de vagas sem a previsão de verbas. Na USP, a iniciativa privada é introduzida através das fundações. Tudo isso mostra que, nas três universidades estaduais, aumenta cada vez mais a escassez de verbas públicas, o que incentiva o principal objetivo da reforma Universitária, que é tirar dinheiro público do ensino superior para substituir por investimentos privados.
Post author Por Yara Fernandes e Diego Cruz
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