Audiência pública, realizada hoje, foi proposta pelo senador Eduardo Suplicy (PT)O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região participou nesta terça-feira, dia 4 de agosto, de uma audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que discutiu as demissões na Embraer, realizadas no dia 19 de fevereiro.

O presidente do Sindicato, Vivaldo Moreira Araújo, utilizou seu tempo para defender a reintegração de todos os 4.273 demitidos e a reestatização da empresa.

“Estamos apresentando números que mostram que a Embraer não tinha de fazer essas brutais demissões e o lucro apresentado neste segundo trimestre comprova o que falávamos anteriormente”, disse Vivaldo, referindo-se ao lucro obtido pela empresa no período, que foi 31% maior em relação ao ano passado.

A audiência foi conduzida pelo presidente da CAE, senador Garibaldi Alves (PMDB), e contou com a presença do vice-presidente da Comunicação Empresarial da Embraer, Horácio Forjaz, e do superintendente da Área de Exportação do BNDES, Luiz Antonio Dantas.

O Sindicato levou à audiência dossiês, livros e materiais que comprovam a arbitrariedade da Embraer para fazer as demissões em massa.

O senador Eduardo Suplicy, que solicitou a realização da audiência, fez vários questionamentos à Embraer, sobre o lucro obtido recentemente e sobre a falta de diálogo com o Sindicato.

“Diante de tamanha irresponsabilidade e insensibilidade social da administração da Embraer, a única solução que vemos é a reestatização da empresa, pelo papel estratégico que tem e pela defesa dos empregos e direitos dos trabalhadores”, afirmou Vivaldo.

Ao final da audiência, o presidente do Sindicato e os demais diretores que acompanharam a audiência reafirmaram que a luta continua.

Julgamento no TST
A demissão promovida pela Embraer será julgada no próximo dia 10, segunda-feira, às 13h30, pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília. Um grupo de trabalhadores e de dirigentes sindicais sairá neste domingo de São José para acompanhar o julgamento.

O TST vai analisar dois recursos sobre a abusividade das demissões. Um é do Sindicato, que pede a anulação das demissões e a reintegração de todos os trabalhadores.

O outro é da Embraer, que questiona a decisão do TRT de Campinas, que declarou as demissões abusivas e definiu o dia 13 de março como a data de suspensão dos contratos.

O julgamento faz parte de uma batalha jurídica que vem sendo travada entre o Sindicato e a Embraer, desde 27 de fevereiro, quando o TRT 15ª Região suspendeu provisoriamente as demissões.

TEXTO DE RODRIGO CORREIA