A greve convocada pela Frente Nacional dos Petroleiros (FNP) e seus seis Sindicatos foi vitoriosa em seu primeiro dia, com destaque para Sergipe e Litoral Paulista onde o movimento foi mais forte.

Em Sergipe, 70% dos trabalhadores aderiram à greve. Na reunião de avaliação do movimento, realizada na noite de ontem, na sede do Sindipetro, em Aracaju (SE), debateu-se a continuidade da greve. Para Stoessel Toeta, diretor do Sindipetro-AL/SE, “o movimento deve seguir, nosso objetivo é construir uma greve nacional e a FNP está cumprindo um papel importante na defesa das reivindicações dos petroleiros”.

A FNP é formada pelos sindicatos de Sergipe/Alagoas, Litoral Paulista, São José dos Campos, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Pará/Amazonas/Maranhão/Amapá. A mobilização teve início nas bases desses seis sindicatos, mas tem como objetivo estender a greve para as outras bases que são representadas pela Frente Única de Petroleiros (FUP), ligada à CUT. A FNP buscou construir a unidade com a FUP.

Segundo Toeta, foi encaminhada uma carta à FUP e dois representantes da FNP foram ao Conselho Deliberativo da frente, em Brasília no dia 5 de outubro. Eles apresentaram a proposta de um calendário unificado de mobilização e da construção de uma mesa única de negociação. “Infelizmente, a FUP não atendeu nosso chamado”, disse Toeta.

A FNP está fazendo um operativo de mobilização nesta sexta-feira em todas as bases da FUP, convocando os petroleiros à construção da greve nacional.

Sindipetro Norte Fluminense marca mobilização para hoje
No fim da tarde de ontem, o Sindipetro Norte Fluminense divulgou em seu site uma nota convocando mobilização para o dia de hoje. Para Clarckson Messias, da coordenação da FNP e diretor do Sindipetro-AL/SE, “esse é um bom sinal de que a greve organizada pela FNP está alcançando seu objetivo”. O Sindipetro Norte Fluminense é o principal sindicato da base da FUP/CUT e representa os trabalhadores do maior campo de exploração de petróleo do país.

“A unidade da categoria é fundamental para que possamos alcançar a vitória, vamos continuar exigindo que a FUP mude de postura e venha para a luta de maneira unificada”, disse Clarckson.

FUP atua como “capitão-do-mato”
Além de não indicar a construção da greve, a FUP/CUT atua como “capitão-do-mato”. Em seu boletim eletrônico divulgado ontem, a federação diz que os “sindicatos dissidentes” indicaram greve por tempo indeterminado. A frente se pronuncia contra a greve e manda os sindicatos se filiarem a ela para construir a unidade.

A FUP não aponta um plano de mobilização e cumpre o papel de capitão-do-mato ao apresentar um quadro da greve que é inferior ao que realmente esta acontecendo. A postura da FUP-CUT só fortalece a posição da Petrobras. Perguntar não ofende: mas de que lado está mesmo essa federação? Do lado da empresa ou dos petroleiros?

A FNP e seus Sindicatos seguem firme na greve. “Nosso compromisso é com os trabalhadores, com a luta histórica da categoria”, disse Clarckson Messias.

QUADRO ATUALIZADO DA GREVE
Litoral Paulista:
Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC), 100% da operação e 70% do administrativo estão em greve. No Terminal Alemoa, 100% dos trabalhadores da operação, administrativo e terceirizados estão em paralisados. No Terminal de São Sebastião, 100% da operação e 85% do administrativo estão em greve.

Rio de Janeiro: realização de “trancaço” no Edise

Sede da Petrobras SE: continua com adesão de 70% da categoria

Carmópolis (SE): aumenta a adesão da categoria, hoje com 80% em greve. Os petroleiros da Prest Perfuração deflagraram greve por tempo indeterminado, com corte de rendição em nove sondas de produção.

FAFEN SE: 100% paralisada, turno, administrativo e terceirizados

Tecarmo SE: adesão de 75% da categoria, corte na rendição do turno e adesão dos petroleiros terceirizados

Furado AL: realizaram atraso de uma hora e meia

Pilar AL: realizaram atraso de uma hora e meia

Transpetro AL: realizaram atraso de uma hora

Pará/Amazonas/Maranhão/Amapá: Na Transpetro São Luis, 90% em greve. Na Transpetro Pará, 70% em greve. No Administrativo Belém, 70%. No Administrativo Manaus, 60% em greve.

São José dos Campos: corte de rendição à meia-noite e às 7h. Adesão dos trabalhadores do administrativo

Rio Grande do Sul: atraso de uma hora

Norte Fluminense: o sindicato indicou mobilização nas plataformas e assembléias às 19h para avaliação do movimento