Após um truculento primeiro turno, as eleições para governador do Estado no Rio Grande do Sul foram marcadas por grandes surpresas. Após uma derrota inesperada, o governador Germano Rigotto (PMDB) deixa o cargo no ano que vem e dá lugar para os dois concorrentes do segundo turno: Yeda Crusius (PSDB), que lidera as pesquisas, e o ex-governador do Estado, Olívio Dutra (PT).

Muitos trabalhadores e estudantes do Rio Grande do Sul têm a falsa idéia de que o PT do Sul é diferente do resto do país e que, portanto, se Yeda vencesse o pleito estaríamos condenados a volta da direita. Alguns concordam que Lula traiu as esperanças do povo brasileiro justamente por defender um projeto que vai contra os interesses dos trabalhadores, mas quando falamos de Olívio aí surgem pessoas que acham que ele é mais “de esquerda” e, esse sim, “defende os interesses do povo e dos trabalhadores”. Queremos insistir mais uma vez e dizer que não.

Querendo punir o PT e mostrar sua indignação contra as suas traições, vários trabalhadores e estudantes vão votar em Yeda. Entretanto, não poderíamos deixar de dizer que Yeda é neoliberal e o seu partido, o PSDB, é o mesmo das privatizações fraudulentas, dos escândalos de corrupção que desfalcaram os cofres públicos e o dos ataques aos direitos dos trabalhadores. Yeda como deputada federal votou nos projetos de FHC e de Lula que atacaram nossos direitos, como a reforma da Previdência, o SuperSimples, a autonomia do Banco Central, entre outras.

Mas do outro lado, foi-se o tempo em que uma candidatura petista era diferente das outras. Tanto Yeda quanto Olívio assinaram o “Pacto pelo Rio Grande”, que congela os salários dos servidores públicos, corta verbas da educação, da saúde e da segurança e tem um claro conteúdo neoliberal e privatista. Assim, desmascaramos as falsas acusações do petista sobre as privatizações. Tanto o PT quanto o PSDB já estiveram no governo do Rio Grande do Sul e do país, atuando contra os trabalhadores e deixando o caminho livre para o capital internacional explorar os trabalhadores ao seu bel prazer.

Olívio tenta dar um caráter de esquerda para a sua campanha para tentar apagar as traições históricas do PT no estado e no país. Na campanha do segundo turno mente quando diz que vai sobre-taxar as grandes empresas, pois quando foi governador manteve as isenções de impostos às grandes empresas através do Fundopem e manteve o pagamento da dívida com a União que consome quase 20% do orçamento. Os movimentos sociais (berço do PT) foram tratados com “cacetete” pela Frente Popular. Foi por essas e outras que em 2002 o PT perdeu o mandato para Rigotto e agora não tem forças para desmascarar Yeda.

Nem Olívio e nem Yeda defendem os trabalhadores e já provaram isso. O voto nulo é a saída, pois indica a profunda falta de alternativas reais para os trabalhadores e a juventude. Não podemos votar e nem confiar nos candidatos que estão aí, por que depois de eleitos eles tem outro projeto diferente do que nos vendem na televisão: atacar os direitos dos trabalhadores e os próprios trabalhadores, defendendo e dando lucro cada vez maiores para os empresários. Fortaleça a Conlutas e a Conlute, acredite na força da união e da luta do povo. O Brasil e o Rio Grande precisam de um governo Socialista dos trabalhadores, sem patrões, que governe apoiado nas nossas lutas.