No dia 26 de outubro a foi realizado no Paraguai uma consulta popular sobre a Alca, com a participação de mais de 180 mil votantes (o Paraguai tem 10 milhões de habitantes). Organizada pela “Iniciativa paraguaia No al Alca” que agrupa 39 organizações sociais, camponesas e sindicais, além da Pastoral social, a consulta popular foi considerada como um grande impulso na campanha.
O Paraguai vive um processo de recolonização que se aprofunda. Sua dívida externa equivale a mais de 41% da produção total do país e seu principal produto de exportação a soja, está dominada por colonos brasileiros e a comercialização é controlada pela multinacional de alimentos Cargill. Estes temas forma parte do debate que animou a participação no plebiscito.
O plebiscito contou a participação de 92 organizações, envolvendo mais de 15 mil pessoas na organização das atividades em todo o país, em sua maioria dirigentes camponeses, jovens, estudantes e membros da pastoral social.
O plebiscito
Pelo pouco tempo que tivemos de preparação, o plebiscito estava organizado com o objetivo de atingir 100 mil pessoas. Para isso foram colocadas a disposição 4500 urnas, mas o resultado nos surpreendeu, na medida em que mais de 180 mil pessoas atenderam ao chamado de participação.
Com relação ao resultado do plebiscito 99,57% dos votantes disseram Não a Alca e pela saída do Paraguai das negociações.
No dia 20 de novembro, foi entregue ao governo o resultado da consulta popular com uma manifestação que reuniu mais de três mil pessoas em assunção. Neste ato, também foi exigida do governo a convocação de um plebiscito oficial.
A consulta popular foi somente um primeiro passo, mas muito importante, contra o processo de recolonização dos EUA e contra a posição servil do governo paraguaio. Nossa mobilização deve continuar e se fortalecer, pois com o resultado da reunião de Miami, demonstra a completa submissão dos governos latino-americanos, inclusive o governo Brasileiro encabeçado por Lula.
A tônica conciliadora da reunião de Miami, reafirma que somente a luta pode mudar esta situação. Somente a luta do povo pobre, dos camponeses e trabalhadores pode impedir a anexação da América Latina aos EUA pela Alca.

*Partido dos Trabalhadores do Paraguai seção da LIT – QI