Bairro de Maringá (PR) consta como favela no PAC. Saída de moradores interessa a condomínios de luxo da regiãoO Ministério das Cidades liberou, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), R$ 20 milhões para o “desfavelamento” do bairro Santa Felicidade, na cidade de Maringá (PR). O projeto prevê a retirada de 82 casas e o despejo de 129 famílias. Acontece que o Santa Felicidade é um bairro de trabalhadores pobres, não uma favela. Ao seu lado foi construído um condomínio de luxo que, devido à proximidade com o bairro, vem se desvalorizando. Para atender aos desejos da elite local e de quebra ganhar R$ 20 milhões, o projeto de “desfavelamento” foi apresentado à União com fotos de outros bairros, sequer de Maringá, configurando possível crime federal.

O prefeito Silvio Barros II (PP), irmão do vice-líder do governo Lula na Câmara Federal e do mesmo partido do ministro das Cidades, disse que as famílias terão mesmo de sair de suas casas para a execução do projeto. O Secretário de Planejamento de Estado do Paraná, Ênio Verri (PT), que também autorizou o “desfavelamento” do bairro, tenta se justificar, dizendo não saber das intenções do prefeito, dos despejos, nem das fotos falsificadas. O fato é que PP e PT sabiam e estão juntos.

Resistência
A Conlutas, através do Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (SISMMAR), com a organização Mães de Vítimas da Violência e o Movimento dos Trabalhadores por Moradia, está apoiando e ajudando a construir a resistência dos moradores do conjunto Santa Felicidade. “O que acontece aqui é parte de uma política que combatemos sistematicamente. Um projeto que marginaliza os pobres em favor do mercado imobiliário. Essa é a verdadeira cara do PAC”, afirma Ana Pagamunici, presidente do SISMMAR O DCE da Universidade Estadual de Maringá, que integra a Conlute, também se prepara para a campanha na volta às aulas.
Post author Henrique Canary, de Maringá (PR)
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