Apesar da truculência do PT e do PCdoB, trabalhadores de Belém (PA) aprovam filiação à Conlutas. Em Macapá (AP), aprovação foi unânime.Em 28 de outubro, cerca de 500 operários compareceram à sede do sindicato para decidir sobre a ruptura com a CUT e a filiação na Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas). O auditório do sindicato não comportava tanta gente, por isso, foi proposto que a assembléia se realizasse na rua, em frente à sede, fato comum para a categoria.

Os diretores do PCdoB e do PT foram contra. Contudo, 70% dos presentes defenderam a proposta. Percebendo, então, que perderiam a assembléia, os setores governistas começaram a agredir os diretores favoráveis a ruptura, com o objetivo de inviabilizar a votação. Na seqüência, eles ocuparam o sindicato com gente armada com gargalos de garrafa e faca.

Os trabalhadores ficaram revoltados com aquelas cenas e formaram um “megafone humano”, conduzido por Atenágoras Lopes, presidente do sindicato e militante do PSTU, que passou a denunciar os diretores como agentes do governo Lula.

Quando foram apresentadas as propostas de ruptura com a CUT e filiação à Conlutas, a maioria dos que estavam presentes levantou a mão. No dia seguinte, o sindicato percorreu os canteiros de obra para denunciar o ocorrido e massificar a ruptura, coletando assinaturas para referendar a posição da assembléia. Já foram recolhidas mais de 1.500 adesões.

No Amapá, desfiliação foi aprovada por unanimidade

Após três meses de intensos debates, a desfiliação da CUT e a filiação à Conlutas foram aprovadas por cerca de 250 trabalhadores (100% dos presentes e cerca de 35% da categoria) na assembléia na sede do Sindicato dos Condutores de Veículos e Trabalhadores em Empresas de Transporte de Passageiros Rodoviários do Amapá (Sincottrap), realizada no dia 5.

A denúncia da traição do governo Lula e suas reformas Sindical e Trabalhista deram o tom da assembléia. Depois da exposição dos motivos para a desfiliação, Joinville Frota, presidente do Sincottrap e militante do PSTU, perguntou se alguém gostaria de fazer a defesa da CUT. Ninguém se apresentou. Na seqüência, foi aprovada a filiação à Conlutas.

Depois de aprovar as propostas, os presentes cantaram a palavra de ordem “Conlutas, e, na ação, está surgindo uma nova direção. De luta!”.

No encerramento, Joinville Frota falou que a partir daquele momento começava pra valer a construção da Conlutas: “Vamos germinar nas bases da burocracia da CUT os movimentos de oposições de base, vamos construir com os nossos parceiros no Estado a Celutas e garantir a presença dos trabalhadores e a juventude do extremo Norte do país na marcha do dia 25 em Brasília contra as reformas e o governo Lula”.

Post author Elton Corrêa, de Belém (PA) e Antonio Barros, de Macapá (AP)
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