Senador Eunício Oliveira (MDB) e o governador petista Camilo Santana Foto divulgação

O PT fechou aliança com o MDB de Michel Temer em vários estados do Nordeste, abrindo mão de candidaturas do partido para apoiar coronéis e velhos oligarcas como Renan Calheiros em Alagoas. Aí fica a pergunta: cadê a “tese do golpe”? O MDB não foi o grande articulador do “golpe” que derrubou a ex-presidente Dilma? E como fica os setores da esquerda, como o PSOL, que comprou esse discurso mentiroso do PT?

O PSTU sempre afirmou que esse papo de “golpe” era uma política do PT em busca de recuperar a sua base social que foi perdida por aplicar, enquanto governo, medidas de ataque à classe trabalhadora. As coligações do PT país a fora com o MDB e outros partidos ditos “golpistas” (no Maranhão estão coligados com o DEM do Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados), mostra que o PSTU está correto em não ter embarcado nesse discurso furado do “golpe” e ter mantido a coerência em denunciar os dois blocos burgueses (PT e aliados X PMDB, PSDB, DEM e companhia) e ter chamado a classe trabalhadora a lutar e construir uma alternativa independente e revolucionária.

Alianças
A aliança do PT com os apoiadores do impeachment já está confirmada em seis estados do Nordeste: Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. O MDB, PSB, PP, PSD e PDT são os principais aliados.

No Maranhão, a coligação “Todos Pelo Maranhão”, que busca reeleger Flávio Dino (PCdoB), conta com 15 partidos, entre eles estão muitos dos tais “golpistas”: DEM, PPS, Solidariedade, PROS, PTB e PP.

No Piauí, o PT rifou da disputa a sua senadora Regina Sousa para incluir na chapa o senador Ciro Nogueira (PP), que busca a reeleição. Nogueira votou a favor do impeachment, preside o PP e costurou o acordo do seu partido e de outros integrantes do “centrão” com a chapa presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB).

No Ceará, o PT estará coligado com o DEM e MDB e vai apoiar a reeleição do atual presidente do Senado, Eunício Oliveira. Na Paraíba, o PT estará também aliado ao DEM e juntos apoiam João Azevedo (PSB) ao governo.

Em Pernambuco, o PT retirou a candidatura de Marília Arraes ao governo para apoiar a reeleição de Paulo Câmara (PSB), o mesmo que exonerou quatro secretários que estavam afastados da Câmara para votarem pelo impeachment da ex-presidente Dilma. Dos 32 deputados federais do PSB, 29 votaram a favor do impeachment.

Em Alagoas, o PT vai apoiar um dos maiores símbolos da oligarquia e do coronelismo nordestino o senador Renan Calheiros do MDB, que busca se reeleger. Renan era presidente do Senado a época do impeachment e votou a favor do afastamento de Dilma. O governador Renan Filho, também do MDB, tentará a reeleição.

Em Sergipe, o balaio de gatos que o PT faz parte é encabeçado pelo PSD. Dos 37 deputados federais deste partido, 29 votaram a favor do impeachment da Dilma. Um dos senadores da coligação é o ex-governador Jackson Barreto, do MDB.

Na Bahia, o arco de aliança do PT também é recheado de partidos “golpistas”, a começar pelo vice do atual governador Rui Costa (PT), o coronel João Leal do PP, o mesmo partido de Maluf. Outros partidos que votaram a favor do impeachment de Dilma estão presentes na chapa de Rui Costa: PSD, PR, PSB, Podemos, Avante, PMN e PROS.

Um chamado à rebelião
Todo esse processo de coligação dos partidos dos ricos demonstra a farsa e o balcão de negócios que é a eleição burguesa. Seja pelos exemplos das alianças espúrias do PT com os partidos que eles mesmo chamam de “golpistas”, seja a disputa que rolou entre Ciro Gomes (PDT) e Alckmin (PSDB) pelos partidos do chamado “centrão”. O tucano pagou mais e arrematou o bloco de partidos corruptos formado pelo PR, PRB, DEM e Solidariedade.

Por isso, o PSTU afirma que os problemas que atingem nossas vidas não serão resolvidos pelas eleições, que nada mais é que um jogo de cartas marcadas. É preciso uma rebelião dos de baixo para derrubar os de cima. Toda essa corja de políticos ladrões são os representantes dos de cima, dos ricos e poderosos. Os trabalhadores organizados, devem confiar em suas próprias forças e combater os que nos exploram e oprimem. É esse recado que Vera & Hertz, os candidatos do PSTU à Presidência, irão fazer, apresentando um programa socialista e revolucionário.