Dentre as muitas formas de opressão enfrentadas pela juventude, uma é particularmente violenta (e lamentavelmente pouco discutida no interior dos movimentos sindical e estudantil): a homofobia.

Responsável pela perseguição, marginalização, agressões e até mesmo assassinato de milhares de homens e mulheres Brasil afora, a homofobia atinge particularmente a juventude e tem nas escolas um de seus palcos mais nefastos.

Também neste campo, o governo Lula tem feito muito jogo de cena e praticamente nada de concreto. O projeto “Brasil sem homofobia” até hoje não passa de um amontoado de propostas vazias que sequer foram discutidas pelo movimento. O projeto de parceria civil está paralisado no congresso. Os hemocentros continuam proibindo que homossexuais doem seu sangue. Uma situação que em nada nos surpreende, principalmente devido às alianças ultra-conservadoras que se transformaram na marca registrada do governo.

Por outro lado, ao ser dirigido majoritariamente por setores aliados do governo, o movimento de gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e transgêneros (GLBTT) muito pouco tem feito para organizar os homossexuais numa perspectiva de luta. Muito menos uma luta vinculada aos demais movimentos sociais e que se coloque abertamente contra o sistema.

Pelo contrário. Há anos as paradas de orgulho GLBTT têm se transformado em enormes festejos onde, salvo raras e honrosas exceções, as manifestações políticas são geralmente coibidas. E também há muito tempo, os setores majoritários do movimento transformaram a luta contra homofobia numa defesa ineficaz e vaga da “cidadania”, transformada em nada mais do que “direito ao consumo” e visibilidade adequada à lógica do sistema.

É possível e necessário que os ativistas do movimento GLBTT busquem novos caminhos para organizar suas lutas e apresentar uma nova perspectiva para o movimento.
Particulamente na juventude, debates e atividades realizados em diferentes fóruns durante 2004 — como o Encontro do Rio, vários encontros estaduais, o Encontro de Públicas, em Campinas, a participação de uma coluna da Conlute na última parada de S. Paulo — demonstraram que é possível criar um novo pólo de aglutinação dos estudantes GLBTT.

Um pólo que tenha uma perspectiva de luta não só pelos direitos da juventude homossexual, como também vinculem esta luta à necessidade de derrubada do sistema que propaga a discriminação. Por isso, os militantes GLBTT do PSTU estarão desenvolvendo várias atividades. Iremos participar dos encontros da Coordenação Nacional de Luta (Conlutas), da Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes (Conlute), da Coordenação de Lutas do Movimento Popular e dos demais debates e atividades programadas pelo PSTU — acompanhe os debates e resoluções também pelo site — e também promover, juntamente com o jornal Opinião Socialista, um debate no calendário oficial do FMS. Junte-se a nós nesta luta.

• 27 de janeiro – Às 16 horas, ocorrerá o debate “GLBT: entre a tolerância institucionalizada e o real combate à homofobia”. Na sala B201, do Cais do Porto.

• 28 de janeiro – Durante a tarde, estaremos no grupo sobre Opressões, organizado pelo encontro da Conlute, no Ginásio da Camisa 10 (Av. Padre Cacique, 842, em frente ao Gigantinho).