No 1º de abril, milhares de trabalhadores, estudantes e ativistas dos movimentos sociais e populares foram às ruas contra as mentiras do governo. A retirada de direitos, a transposição do rio São Francisco, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o salário mínimo de fome e a dívida pública foram alguns dos principais alvos. A jornada de lutas foi impulsionada pela Conlutas, Intersindical, entre outras entidades e movimentos nacionais e locais.

São Paulo: uma grande unidade de luta
Na capital paulista, o ato correu na Casa de Portugal, bairro da Liberdade, e reuniu cerca de 500 estudantes e trabalhadores. Eles vieram de diversas cidades, como São José dos Campos, Campinas e da região do ABC. Os trabalhadores da GM, que hoje travam uma dura batalha contra a retirada de direitos participaram do ato. O MTST (Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto) também marcou presença com seus militantes de três ocupações dias antes.

José Maria de Almeida, da Coordenação da Conlutas, falou sobre a importância da unidade nas lutas e a necessidade de se “construir uma alternativa de luta da classe trabalhadora capaz de fazer uma grande luta nacional e mudar esse país”. Já a presidente nacional do PSOL, Heloísa Helena, também presente no ato, alertou que é obrigação dos ativistas denunciar os planos do governo. “A omissão é a forma mais covarde de cumplicidade”, disse.

A manifestação contou também com a presença do bispo de Barra (BA), Dom Luiz Cappio, que se tornou símbolo da luta contra a transposição do São Francisco ao realizar duas greves de fome contra o projeto. “O povo paga a água consumida pelos grandes grupos econômicos, é o povo colocando a mesa para o rico”, denunciou o bispo, afirmando que o projeto beneficia apenas o agronegócio.

Rio de janeiro: passeata contra o governo e a dengue
O 1º de abril foi marcado por uma bem-humorada passeata, que reuniu mais de 500 manifestantes. Com nariz de Pinóquio, faixas e bandeiras, o ato desmentiu os governos federal, estadual e municipal, denunciando a escandalosa epidemia de dengue.

Os estudantes também denunciaram o Reuni e a reforma universitária. Os secundaristas lembraram a mentira do passe-livre, que hoje tem restrições no metrô, não havendo garantia de sua manutenção e nem beneficiando todos os estudantes.
Ao final da passeata, chegou um ônibus da Baixada Fluminense com militantes de assentamentos, comerciários e trabalhadores da Universidade Rural (UFRRJ). Estes passaram a manhã distribuindo panfletos no comércio e em bancos da região para denunciar as mentiras governistas. Em Niterói, ocorreu panfletagem nos estaleiros e nas barcas além de uma apresentação de vídeo contra o Reuni no bandejão da UFF.

Baixada Fluminense: panfletagem denuncia governos e patrões
O ato em Nova Iguaçu (RJ) contou com panfletagem nas lojas e bancos do centro da cidade. A atividade teve a participação de entidades e movimentos que constroem a Conlutas da Baixada Fluminense. O sucesso do ato pôde ser verificado através do apoio recebido ao longo de toda a atividade. “A Conlutas vem demonstrando que, mais do que uma necessidade, já é uma realidade enquanto ferramenta de luta”, afirmou Renato Gomes, militante do PSTU e dirigente do Sindicato dos Comerciários.

Pirapora (MG): manifestantes bloqueiam estrada
Às margens do rio São Francisco, os manifestantes desmentiram o projeto de transposição do “Velho Chico. O ato contou com cerca de 350 pessoas de cinco cidades – Pirapora, Buritizeiro, Ibiaí, Jequitaí, Três Marias, Montes Claros e Belo Horizonte – e 20 entidades e organizações de movimentos sociais e populares. Eles pararam a BR 365 por uma hora e meia.

Além de protestar contra as reformas de Lula, os ativistas exigiram reforma agrária, empregos, salários dignos e redução da jornada de trabalho sem redução salarial. Também foi exigida uma indenização para os pescadores que estão sendo prejudicados pela empresa Votorantim Metais, na cidade de Três Marias. Para finalizar, dirigiram-se em passeata até o prédio do INSS, no centro da cidade, onde denunciaram o descaso com os aposentados e lesionados.

Manifestantes fecham ponte entre Sergipe e Alagoas
O ato foi organizado pela Articulação Popular do Baixo São Francisco e por partidos e entidades como Conlutas, CPP, CPT, MPA, Sindipetro AL/SE, entre outras. Os manifestantes fecharam a ponte na BR-101, na divisa de Sergipe e Alagoas. O congestionamento na rodovia passou de três quilômetros e o tráfego foi interrompido entre os dois estados. Índios de tribos ribeirinhas dançaram durante o protesto.

Belém (PA): ato reúne mil pessoas
Apesar da forte chuva que há dias castigava a cidade, o ato contou com a participação de professores estaduais, municipais, servidores, estudantes e trabalhadores da construção civil.

O ato assumiu o eixo de luta contra os governos Lula, Ana Júlia (PT) e o prefeito Duciomar (PTB) e incorporou as reivindicações salariais, de mais verbas para a saúde e o fim das demissões dos servidores estaduais temporários. Além das palavras de ordem contra as reformas do e o pagamento da dívida, a passeata também protestou contra os o governo da petista Ana Júlia.

Fortaleza (CE): paralisação em canteiros de obras
O dia foi marcado por uma paralisação em 10 canteiros de obras no bairro do Papicu, um dos bairros nobres da cidade, mobilizando 600 operários. Desses canteiros, uma passeata com mais de 300 trabalhadores se dirigiu ao terminal de ônibus do bairro, paralisando seu funcionamento por 1 hora, com o apoio dos rodoviários.

Cerca 500 servidores também realizaram uma passeata contra a prefeita Luizianne Lins (PT). A prefeitura chegou ao descalabro de solicitar ao PT nacional para entrar na justiça contra a isonomia salarial da categoria, um direito conquistado há mais de 20 anos.

Ato com 500 em Recife
Em Recife (PE) ocorreu um ato unificado com os trabalhadores dos Correios e professores municipais em greve e ativistas de movimentos populares e estudantis, contando ao todo cerca de 500 pessoas.

*Com informações de: Tatianny Araújo, Márcio Magalhães, Sebastião Carlos “Cacau”, Gilberto Marques e Giambatista Brito.
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