A Assembléia de Movimentos Sociais do Fórum Social Mundial, reunida em 29 de janeiro de 2006, em Caracas (Venezuela) – com diversas plataformas e coalizões antiguerra em todo o mundo, como a Stop the War, na Inglaterrra, e a Paremos la Guerra, na Espanha -, convoca à realização de uma Jornada Internacional contra a Guerra e a Ocupação do Iraque, no dia 28 de março. Trata-se da mesma data na qual, há três anos, esta verdadeira junta militar golpista – formada pelo comandante Bush, o general Blair e seus soldados-rasos de plantão, como Aznar (Espanha), Durão (Portugal) e Berlusconi (Itália) – deflagrou o início da Guerra do Iraque e a subseqüente ocupação do país. Uma das principais vitórias parciais do movimento antiguerra, desde então, foi a retirada das tropas espanholas, arrancada pela ação direta do movimento de massas ao recém-eleito primeiro-ministro da Espanha, Felipe Zapatero.

Na convocatória exige-se a imediata e incondicional retirada das tropas estrangeiras do Iraque e o fim da privatização de seus recursos energéticos. No lastro da campanha contra a ocupação de territórios estrangeiros pelo imperialismo, pede-se o fim da ocupação israelense da Palestina e se denuncia a crescente militarização da América Latina através do Plano Colômbia e de instalação de bases norte-americanas. A recente divulgação das novas imagens de tortura, abusos e assassinatos em Abu Ghraib – além das detenções ilegais, prisões secretas e seqüestros realizados pelas forças de ocupação – só faz crescer o sentimento antiimperialista em todo o planeta.

A listagem de cidades onde há adesão oficial à marcha é longa: Aalborg, Aarhus, Adana, Amsterdã, Ankara, Atenas, Bagdá, Barcelona, Berlim, Boston, Bruxelas, Buffalo, Caracas, Chattanooga, Comox, Copenhagen, Denver, Dublin, Fayetteville, Galveston, Genebra, Grand Rapids, Helsinki, Highland Park, Istambul, Jakarta, Kansas City, Karachi, Lisboa, Ljubljana, Londres, Madri, Manágua, Manila, Melbourne , Memphis, Mineápolis, Montreal, Nápoles, Flórida, Nova Iorque, Odense, Oklahoma, Omdurman, Ottawa, San Juan, Santiago de Chile, Seattle, Seul, Estocolmo, Sidney, Tarragona, Toronto, Trabzon, Vancouver, Walnut Creek, Viena.

No Brasil, não há ainda locais e horários de atos confirmados em nenhuma cidade, mas, como nos outros anos e nos atos contra a presença de Bush em Mar Del Plata, em novembro de 2005, os protestos devem acontecer com força. Para o PSTU, é fundamental que os atos no Brasil incorporem o chamado pela retirada das tropas do Haiti e o apoio ao povo haitiano em sua luta contra a ocupação. A missão da ONU no Haiti está ligada diretamente à ocupação do Iraque, pois, ao mandar tropas para lá, o Brasil e os outros países permitem que os Estados Unidos reforcem sua presença no Oriente Médio e em outros países.

Iraquianos juntam-se à convocatória
Moradores de Basra e Bagdá irão somar-se à luta contra a ocupação anglo-americana do Iraque. Sob ocupação inglesa, Faraj Rabat Mizbhan – da Federação Independente dos Petroleiros Iraquianos de Basra – convoca sindicalistas, pacifistas e ativistas antiguerra a protestar contra a ocupação. “Estamos em dívida com todo o povo que levantou sua voz contra a ocupação de nosso país, seja nos EUA, na Rússia ou em qualquer lugar do mundo”.

As manifestações de Bagdá e Basra são apoiadas pelo Movimento Al-Sadr, a Federação Independente de Petroleiros Iraquianos – que represente milhares de trabalhadores do setor em todo o país – e a Conferência da Fundação Nacional Iraquiana, organização de oposição à ocupação.

A mobilização do 18 de março pretende converter-se em uma jornada de protesto global contra a Guerra e a Ocupação do Iraque, enquanto parte de uma campanha global permanente que será mantida até a absoluta retirada da tropas estrangeiras do Iraque.

  • Visite o Portal (em inglês):
    www.march-in-march.org