Depois de 140 quilômetros de estrada, travessia em duas barcas e 40 minutos de trajeto a barco-lancha, o PSTU chegou à ilha de Cametá, localizada às margens do Rio Tocantins, no Pará. Cametá é uma cidade que possui uma beleza natural e um povo simples e trabalhador. Com cerca de 120 mil habitantes e uma extensão territorial de pouco mais de 3 mil quilômetros quadrados, o município é formado por um arquipélago. A cidade subsiste por meio da pesca, da agricultura, do comércio e da própria administração pública local.

Fomos ao encontro de um grupo de jovens lutadores, uma vanguarda que ansiava por conhecer o PSTU. Estudantes que ocuparam o Campus da Universidade do Estado do Pará (UEPA) no ano passado, jovens integrantes de movimentos artísticos e culturais e pequenos comerciantes relataram a situação de abandono da cidade por parte do poder público, como também a insatisfação com o atual prefeito, Irácio Nunes, do Partido dos Trabalhadores (PT).

João da Binha, um dos cametaenses que conhecemos, relatou: “Estamos indignados com essa roubalheira que sempre existiu por aqui, enquanto a população fica na miséria. Só precisamos de uma alternativa de esquerda nessa cidade.” João é uma das lideranças jovens do município e foi candidato a vereador na última eleição. Na campanha, saiu montado em seu cavalo pela mata adentro, o que lhe conferiu o apelido de João Cowboy. Segundo o mesmo, sua única promessa de campanha foi de lutar pela população.

Já Willy Guimarães, um jovem negro integrante de um grupo artístico cultural, ficou impressionado com a apresentação do partido: “Eu era contra partido, achava que partido só servia para enganar o povo, mas vejo que o PSTU é diferente, o que vocês falaram é o mesmo que o meu pensamento”, disse.

Fizemos a reunião em frente à Praça Central, a poucos metros da prefeitura, de vez em quando alguns carros passavam lentamente por nós, o pessoal dizia que era gente da prefeitura incomodado com nossa reunião. “Eles sabem que a gente está reunindo com o PSTU, eles estão com medo que a gente se organize nesse partido”, disse João da Binha. Esse é o sentimento que o PSTU deixa na burguesa oligarca e corrupta de uma cidade do interior do estado. Eles têm razão, pois agora os trabalhadores e jovens possuem uma alternativa revolucionaria e socialista na cidade de Cametá.