Está se aproximando o 1º de Maio, Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores. Em São Paulo, diversas organizações e entidades combativas estão convocando um ato classista na Praça da Sé, às 10h30 do de quinta-feira. Entre elas, estão a Conlutas, a Intersindical, Pastorais Sociais, MTST, MST, PSTU, PSOL e PCB. O lema do evento é “Emprego, moradia, terra e direitos sociais”. Será uma manifestação separada dos atos milionários da CUT e da Força Sindical na maior cidade do país.

A data relembra os “Mártires de Chicago” e as antigas batalhas pela jornada de trabalho de oito horas. Em 2008, também se completam 40 anos do memorável 1º de Maio da Praça da Sé, durante a ditadura militar. Os trabalhadores atearam fogo no palanque em que discursava o governador biônico Roberto de Abreu Sodré, expulsando-o e saindo em passeata, exigindo melhores salários e defendendo a independência de classe.

Os atos das centrais pelegas são os maiores do país e são conhecidos não por seu caráter de luta – que não existe -, mas pelos megashows contratados e pela distribuição de prêmios. O ato da Conlutas deverá ficar marcado pelas necessidades dos trabalhadores, pelas suas reivindicações e protestos.

“Nosso 1º de Maio na sé vai levantar alto nossas reivindicações. Além de ressistir aos ataques e defender nossos direitos, vamos reafirmar a luta pela construção de uma sociedade justa, livre, igualitária, solidária e socialista”, diz a convocatória para o ato classista.

Para reforçar as lutas
Este ano, a classe trabalhadora tem muito a reivindicar e pouco a comemorar. Há, também, uma nova situação, em que as mobilizações explodem pelo mundo. O tema da vez é a alta dos alimentos que impõe condições de vida ainda mais duras aos trabalhadores.

No Brasil, soma-se ao abusivo preço do arroz e do feijão a ameaça da retirada de direitos e da precarização do trabalho, seja via banco de horas, seja via reformas do governo Lula. O ano de 2008 não chegou nem à metade e uma série de ataques já se desenharam. A novidade é que eles têm vindo acompanhados de uma grande resistência dos trabalhadores, como é o caso da heróica luta dos operários da General Motors contra o banco de horas e a redução de salários.

Nesta semana, foram os operários da construção civil de Fortaleza (CE) que se levantaram contra os patrões. Num exemplo de organização e radicalização, pararam canteiros de obras e afirmam que só voltam ao trabalho com reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

Os estudantes também estão em movimento. A vitoriosa ocupação da UnB, recentemente, deve servir de exemplo de organização e de resistência contra os ataques do governo à educação.