Um dos principais reflexos do aumento do ritmo de serviço é o crescimento do número de acidentes nos locais de trabalho. Segundo o Anuário dos Trabalhadores de 2007, produzido pelo Dieese com dados do Ministério da Previdência, o registro de acidentes aumentou nos últimos 10 anos. Enquanto em 1995 foram registrados 424.137 mil, em 2005 esse número passou para 491.711.

Considerando que grande parte dos acidentes não é notificada, por pressão das empresas, esse número é bem maior.

O aumento dos acidentes, muitas vezes, representa a morte para muitos trabalhadores. Em 2005, foram registradas 2.708 mortes em acidentes no trabalho. No ano passado, morreram 11 operários da construção civil de Belém (PA).

Os acidentes atingem praticamente todos os setores. Numa metalúrgica de São Paulo, a contratação de temporários, combinada com o aumento do ritmo de trabalho, tem feito com que os casos de acidentes se multipliquem. Segundo um operário que não quis se identificar, “toda semana tem um acidente grave aqui. Neste ano, o marcador de dias sem acidentes ainda não alcançou os dois dígitos”.

O trabalhador afirma que poderia ser ainda maior, caso fossem contados os acidentes em que a vítima não chega a ser afastada. “Esses são quase diários, é peça caindo em cima de um, de outro. Mas o cara não chega a ser afastado. Vai pra enfermaria e no dia seguinte está de volta”.

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