Nesta sexta-feira, 26 de setembro, em São Paulo (SP), acontece um ato em defesa da descriminalização e legalização do aborto. A data foi escolhida porque o dia 28, domingo, é o Dia Latino Americano e Caribenho de Luta pela Descriminalização e Legalização do aborto.

A Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), através do seu Movimento de Mulheres, está convocando o ato. Esta é uma das principais bandeiras de luta das mulheres trabalhadoras. Mulheres ricas pagam caro e interrompem a gravidez em clínicas que não oferecem riscos a sua saúde. As pobres, ao contrário, precisam usar meios mais baratos, que não são seguros e, muitas vezes as levam à morte ou deixam seqüelas graves.

O mesmo Estado que chama de criminosas as mulheres que abortam não oferece as condições para que as trabalhadoras possam ser mães e cuidar de seus filhos de forma adequada. Não existem sequer creches para receber os filhos dessas, que são as que ganham os piores salários com relação aos homens.

Enquanto isso, o aborto continua gerando lucros. “Se for legalizado, afetará as clínicas clandestinas, que faturam milhões de dólares e fazem lobby no Congresso para impedir a legalização do aborto”, diz o panfleto da Conlutas.

Recentemente, a legalização do aborto foi conquistada em Portugal e na Cidade do México. Segundo o material da Conlutas, “no Brasil, a direita reacionária mantêm sua campanha pela criminalização impondo a morte de milhares de mulheres, e o governo Lula mantém uma relação estreita com estes setores mais reacionários, inclusive da Igreja, e nada faz pela legalização do aborto, pois sua prioridade é pagar os juros da dívida externa em detrimento da saúde dos trabalhadores”.

Nesta sexta-feira, vamos ao ato defender o direito à maternidade e à legalização. São as mulheres que devem decidir sobre seu corpo e sobre sua sexualidade. A manifestação acontece na Praça Ramos, no centro da capital paulista, às 13h30, e contará com representações de outros estados brasileiros, como do Rio de Janeiro.