Novo presidente negocia TLC e diz que manterá a base militar dos EUA em Manta, no EquadorA posse de Palácios foi decidida pelos deputados, que tiveram de deixar a sede do Congresso Nacional e se reunir em outro edifício do Ciespal, já que as massas haviam tomado instalações do Legislativo.

aPalácios ficou detido por três horas no edifício do Ciespal e, quando tentou fazer um discurso fora do edifício, a multidão invadiu e ocupou vários ambientes do local, impedindo Palácios de sair para a sede do governo. Vários deputados também foram vaiados e agredidos pelos manifestantes. O que os salvou foi a rádio La Luna, que convocou os manifestantes a garantir a “legalidade”.

Na sua posse, Palácios descartou a antecipação das eleições e até agora não disse nada contra o TLC nem anunciou a consulta popular tão exigida pelos movimentos sociais. Ao contrário, manteve Christian Espinoza como chefe negociador, que declarou: “não serão interrompidas as negociações do TLC, pois é uma política de Estado que vai muito além da conjuntura”.

No dia 25 de abril, ele anunciou que respeitará os acordos internacionais e manterá a base militar norte-americana de Manta e recebeu, em reunião fechada, a embaixadora dos EUA, Kristie Kenney, que saiu da reunião muito feliz e afirmou: “Conheci Alfredo Palácios quando era vice-presidente, temos mantido sempre um bom contato e seguiremos assim”.

O atual presidente também convocou uma mesa nacional de diálogo para discutir as reformas do Estado que, segundo ele, sairão de um amplo acordo. O Congresso, também alvo da fúria popular, está voltando ao seu funcionamento normal. Dessa forma, já começam as negociações para a composição das novas cortes de Justiça.

Para que a revolução ultrapasse sua primeira etapa política, em direção a uma revolução social e econômica, é fundamental o desenvolvimento de órgãos de poder alternativos às instituições do Estado burguês. Com uma completa negação ao poder burguês, o que falta é o poder alternativo. Somente um poder popular pode fazer avançar a revolução, fazer o Equador sair das negociações do TLC e romper com o imperialismo, não pagar a dívida, expropriar as empresas estrangeiras e os grandes monopólios privados, fazer a reforma agrária e desenvolver um plano de obras públicas para as necessidades emergenciais da população trabalhadora, pobre e camponesa do país.

A proposta das assembléias populares ainda é bastante embrionária, mas é o único caminho que pode se desenvolver em direção a um poder popular alternativo.
Junto a isso, é necessário chamar “Nenhuma confiança em Palácios!
Que Palácios dissolva o Congresso e entregue o poder ao povo!“

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