Em março deste ano, tropas norte-americanas invadiram o Haiti, derrubaram o presidente Jean-Bertrand Aristide e impuseram o governo títere de Boniface Alexandre. Foi uma resposta à grave crise e à guerra civil que vivia aquele país, sempre considerado pelo ianques como parte de seu “quintal”. Os fuzileiros navais ianques ainda permanecem no Haiti, para garantir a sustentação e o “controle” do novo governo.

Nem a invasão nem a permanência das tropas foram algo desejado pelo governo de Bush. Com problemas cada vez mais graves no Iraque, esta nova frente de conflito não o ajuda. Por isso, Bush deseja sair o mais rapidamente possível do Haiti, mas sem perder o controle colonial sobre o país.

A ONU, que havia “santificado” a invasão com suas resoluções, sai em seu auxílio. Agora ditou uma resolução para formar uma força de 6.700 capacetes azuis (forças de “paz”) para substituir as tropas ianques. Sob a cobertura da ONU, governos como o brasileiro de Lula e o argentino de Kirchner se comprometeram e já estão preparando o envio de 1.200 e 500 efetivos, respectivamente.

A atitude desses governos é vergonhosa, mostrando seu profundo caráter de agentes do imperialismo. Para que o governo americano tenha as mãos mais livres no Iraque, encobrem as costas do assassino Bush, chefe do mesmo imperialismo que saqueia seus próprios países, como Brasil e Argentina. E, para ajudar o “amigo Bush”, mandam soldados para reprimir e assassinar outros povos latino-americanos, baseados na hipócrita desculpa de “defesa da paz”.

Isto é um absurdo. Não podemos permiti-lo. Por isso, fazemos um chamado a todos que se reivindicam democráticos e anti-imperialistas para que lancemos uma campanha de mobilizações contra o envio de tropas ao Haiti. Chamamos em especial as centrais sindicais, como a CUT brasileira, as CGTs e a CTA argentinas a se integrarem ativamente nessa campanha.

Pela retirada imediata das tropas imperialistas!

Não aos capacetes azuis da ONU!

Nem um só soldado latino-americano no Haiti!

Só o povo haitiano tem o direito de decidir quem deve governá-lo!

Post author da redação do Correio Internacional
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