Nas lutas e nas eleições o PSTU apresenta o socialismo como saída para os trabalhadores

Nas eleições deste ano, os grandes partidos e seus candidatos vão apresentar soluções milagrosas para resolver todos os problemas sociais. Em suas campanhas milionárias, tentarão manipular a população por meio de gigantescos aparatos de marketing eleitoral, pagos a peso de ouro.

Num passe de mágica, partidos e candidatos comprometidos com as grandes empresas são subitamente transformados em defensores dos trabalhadores. Corruptos e candidatos a corruptos viram defensores da ética na política.

A direita (PSDB e DEM) vai tentar utilizar o julgamento do mensalão para atacar o PT. O PT vai usar o escândalo Do bicheiro Carlinhos Cachoeira para atacar a direita. No entanto, apesar das expectativas dos trabalhadores, o PT não defende nem aplica um programa distinto da direita. Os governos do PT (e os partidos que são parte de seu bloco como PMDB, PSB, PCdoB) e da direita são estreitamente ligados aos bancos e grandes empresas e têm a mesma prática corrupta da direita.

O PSTU está lançando pré-candidatos em todo o país. A crise econômica mundial europeia, com a Grécia no epicentro, mostra que os ventos podem novamente soprar em direção ao socialismo. É preciso ousar na defesa do socialismo e superar a polarização entre os dois blocos (o do PT e o da direita) que têm o mesmo programa.

‘Me engana que eu voto!’
Para garantir a dominação, a democracia dos ricos e poderosos cria a falsa ideia de que o povo decide tudo com o voto, de que basta “eleger outro” para resolver os problemas.

O problema é que as eleições funcionam como um jogo de cartas marcadas.
Os grandes partidos elegem a maioria dos candidatos, por meio de polpudos financiamentos dos empresários e banqueiros. Depois de eleitos, a fatura é cobrada. Assim, empreiteiras, grandes empresas, latifundiários e bancos têm acesso a contratos com o Estado, em licitações fraudulentas, além de conseguirem aprovar leis em seu favor, contra os trabalhadores. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a aprovação do novo código florestal, a criação da Previdência privada para o funcionalismo (o Funpresp), entre outros exemplos.

O caso Demóstenes e do bicheiro Cachoeira é uma ilustração clara da natureza da dita “democracia” em que vivemos. Os ricos e poderosos podem tudo, à custa da miséria do povo pobre. O Senado e a Câmara dos Deputados são verdadeiras tribunas de negócios e privilégios, onde a corrupção é parte desse mesmo jogo. Nas prefeituras e Câmara de Vereadores a situação é a mesma. A corrupção rola solta, enquanto leis são aprovadas contra a população trabalhadora todos os dias.

Uma campanha diferente
As mudanças necessárias em nossas cidades e no país só vão acontecer com o povo na rua, mobilizado e organizado. Para nós as eleições servem para fortalecer a luta dos trabalhadores e divulgar o programa socialista. Por isso é tão importante que os trabalhadores e os jovens que estão a frente das lutas sindicais, estudantis e populares se integrem no apoio as nossas candidaturas.

Não vamos ter em nossa campanha nem o dinheiro das empresas nem o dinheiro da corrupção. Nossas campanhas serão pobres, a partir das contribuições dos que trabalhadores e jovens que nos apoiam. Isso para nós é um princípio. Teremos menos recursos de campanha, mas continuamos independentes da burguesia e dos corruptos. Podemos ter um programa contra todos eles.

Acreditamos que é muito importante votar e eleger nossos candidatos socialistas. O voto em um candidato nosso significa fortalecer uma estratégia socialista para a sociedade. A velha história do “voto útil”, no candidato “menos pior”, só fortalece a continuidade da situação atual.

A eleição de um vereador revolucionário representa um importante ponto de apoio para a luta dos trabalhadores. Nossos pré-candidatos são militantes com um importante histórico de lutas. Muitos deles estiveram ao seu lado como na batalha contra a reintegração do Pinheirinho, nas greves operárias da construção civil e metalúrgicas, nas mobilizações do funcionalismo e da juventude.

Um parlamentar revolucionário pode ocupar a tribuna, ajudando na mobilização e rompendo o enorme bloqueio imposto pela grande imprensa às lutas. Pense, por exemplo, como seria importante a atuação de um vereador do PSTU em uma luta como a dos moradores do Pinheirinho, ou qualquer outra luta por moradia denunciando a contrarreforma urbana e a especulação imobiliária; ou ainda nas greves dos operários da construção civil de Fortaleza; nas lutas dos trabalhadores em educação defendendo 10% do PIB para investir no setor. Ou ainda, presente na luta da juventude contra o aumento da passagem e defendendo a estatização completa do transporte e tarifas subsidiadas.

O mandato de um vereador do PSTU servirá para fortalecer todas essas lutas, denunciar as falcatruas do regime, apoiar e divulgar as greves. O gabinete de um vereador nosso será o terreno ou edifício ocupado pelos sem-tetos, as ruas e canteiros de obras tomados por greves e mobilizações, o piquete de todos aqueles que cruzam os braços para defender seus direitos.

Sem privilégios
Um vereador do PSTU não terá os privilégios de todos os outros parlamentares. Eles ganharão o mesmo salário que recebiam antes de ser eleitos. Assim, viverão nas mesmas condições sociais de antes.

Não temos a ilusão de que as mudanças reais no país virão através do jogo de cartas marcadas das eleições. Mas somos conscientes de que o processo eleitoral é importante para a disputa política pela consciência e pelo voto dos trabalhadores para fortalecer uma perspectiva socialista e transformadora.

Nesta edição mostraremos alguns de nossos mais importantes pré-candidatos que apresentam propostas socialistas para os problemas sociais que vivemos nas cidades. E queremos chamar você, ativista que está junto conosco nas lutas, a se integrar no apoio as nossas candidaturas.

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