Lula e princesa Isabel foram e são governantes que só fazem leis, o que não basta para os negros. A Lei Áurea foi fruto de muita luta dos escravos e demais trabalhadores e não um presente da princesa, que assina a lei quando boa parte dos negros já estava livre.Terminada a comemoração da lei, eles só tinham a liberdade de ficarem presos à miséria do capitalismo.

Antes da Revolução Francesa e da pressão inglesa, o fim da escravidão no Brasil era defendido apenas pelos escravos e seus descendentes. Não havia outros setores organizados que levantassem de modo conseqüente tal bandeira. A consolidação do capitalismo no mundo aumentou a pressão pelo fim da escravidão. As lutas ocorriam tanto na cidade quanto nas fazendas.

Nessa luta os ferroviários ajudavam nas fugas escondendo escravos. Os jangadeiros do Ceará recusavam-se a transportar os cativos. As sociedades abolicionistas nas cidades cresciam e promoviam debates. Nas fazendas os escravos fugiam ou queimavam as plantações.

A pressão social garantiu que os presidentes das províncias do Ceará e do Amazonas abolissem a escravidão nesses locais. Fazendeiros do café do oeste paulista já estavam substituindo a mão-de-obra escrava pela dos imigrantes.

O Vale do Paraíba no Rio de Janeiro era a região que basicamente sustentava a escravidão. Pressionada pela opinião pública, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, mas outra luta teve início e continua até hoje com o governo Lula.
Continua o desrespeito pelas terras das comunidades quilombolas, trabalhadores negros recebem metade do salário dos brancos, a precarização do trabalho dos negros segue e tende a aumentar com a aprovação das reformas sindical e trabalhista e da Previdência.

As leis de Lula, como a obrigatoriedade do ensino de história da África, viram letra morta quando o próprio presidente veta as verbas para capacitação dos profissionais. A reforma do ensino tende a privatizar as escolas e a universidade pública.

Por isso a frase de Malcom X deve ser reafirmada nesse 13 de maio: não há capitalismo sem racismo, dizia o líder negro.

Assim, o fim da marginalização histórica do negro começa com a luta pela construção do socialismo, em unidade com o movimento operário e demais setores oprimidos.

Post author Dayse de Oliveira, da secretaria de negros e negra do PSTU
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