Foto Agência Brasil
Redação

Editorial do Opinião Socialista N° 548

O ano de 2018 começou sem nenhuma melhora na vida do povo e com mais mentiras do governo. E também com movimentações dos de cima em torno das eleições de 2018 e da condenação de Lula, que mantém a incerteza sobre a possibilidade de sua prisão e a manutenção de sua candidatura até o final.

O governo Temer começou o ano reduzindo o salário mínimo e mentindo que o desemprego diminuiu e que o país está melhor. Depois, foi para a Suíça, no fórum dos banqueiros, e voltou direto para o Programa Silvio Santos para continuar mentindo que a reforma da Previdência é boa para os pobres. Disse também que vai liberar mais R$ 30 bilhões aos deputados. Uma vergonha! O país está na iminência de uma epidemia de febre amarela por falta de vacinas, e Temer gasta bilhões para acabar com a nossa aposentadoria!

Temer, porém, está com mais dificuldades. Sua base aliada (e corrupta) está mais dividida. As disputas entre o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que querem ser candidatos dos banqueiros, dificultam a angariação de votos. A crise na Caixa Econômica Federal, em que Temer foi obrigado pela Justiça a destituir parte da diretoria – cargos políticos dos aliados – e a crise com a nomeação da filha de Roberto Jefferson (PTB) para o Ministério do Trabalho também dificultam fechar os votos.

Os trabalhadores não devem baixar a guarda. Devem aproveitar que Temer tem mais dificuldades, enterrar de vez a reforma e impor uma derrota ao governo e ao Congresso.

Devemos, portanto, reforçar a mobilização para a construção de uma greve geral. As centrais sindicais, porém, seguem sem nenhuma preparação em suas bases e ainda não responderam à proposta da CSP-Conlutas de realizar uma reunião para organizar a greve, apesar de declararem que, se o governo colocar a reforma para votar, o Brasil vai parar.

A CUT, por sua vez, depois da condenação de Lula, tem feito declarações chamando a greve geral se a reforma for colocada para votar, mas vinculando ao chamado à defesa de Lula. Que a CUT queira defender Lula é direito seu, mas a reivindicação da greve não pode ser essa, porque isso não só não mobiliza como divide.

A tarefa é unir os trabalhadores e os setores populares numa greve geral para impedir a reforma da Previdência e derrotar Temer e o Congresso de corruptos e picaretas. Para isso, é preciso construir a mobilização por baixo, pela base e, desde aí, exigir que as centrais a convoquem.

Alternativa revolucionária e socialista
Um chamado à rebelião!

Foto Romerito Pontes

 

Em meio a uma crise do sistema – que os capitalistas e seus capatazes jogam sobre a classe trabalhadora e os pobres, ampliando a desigualdade e a violência que marcam nosso país –, estamos presenciando uma monumental crise econômica, social e política.

Desde junho de 2013, porém, as mobilizações sacudiram para valer a ordem que os de cima mantinham nos tempos das vacas gordas, quando faziam pequenas concessões aos mais pobres em prol de dar bilhões aos ricos. Antes de 2013, as greves nas obras do PAC prenunciavam que a classe operária e os setores populares se levantavam. Desde então, as lutas não pararam, as greves voltaram aos patamares dos anos 1980 e se fez a maior greve geral da histó- ria do país, em 28 de abril de 2017.

Este ano, a crise, ao contrário do que diz o governo, está longe de acabar para os de baixo, ao mesmo tempo em que será atravessado por eleições com as quais os capitalistas desejam tentar retomar a estabilidade deles para nos explorar melhor. Os trabalhadores e a maioria do povo pobre percebem a enganação desse regime controlado pelo poder econômico, mas, por falta de uma alternativa de poder dos de baixo, ainda vão votar, mesmo tapando os narizes.

Devido à crise, como em 1989, dezenas de candidatos burgueses se apresentam. Mas não há até agora candidaturas que defendam um projeto socialista, muito menos revolucionário. Se apresentaram apenas projetos capitalistas, sejam burgueses puros, sejam burgueses de colaboração de classes, como os do PT, PSOL, PCdoB, que defendem esse regime e esse sistema. Defendem a ordem e alguns remendos no sistema capitalista, incapazes de melhorar a vida dos trabalhadores, quem dirá de realizar uma mudança significativa

Esse país precisa de uma revolução socialista, precisa que os de baixo derrubem os de cima e governem por meio de comitês operários e populares, para acabar com a desigualdade e as mazelas que nos afligem.

É preciso abrir a discussão na base operária e popular sobre um programa revolucionário e socialista que possa ser apresentado por uma candidatura que bata de frente com esse regime e que diga que o Brasil não será mudado por eleições nem por salvadores da pátria, mas só com uma revolução dos de baixo, que tome em suas mãos o poder e imponha medidas contra o sistema capitalista: que tire dos ricos para acabar com a desigualdade social escandalosa do nosso país. Enfim, uma alternativa que seja um chamado à rebelião contra tudo isso que está aí. O Brasil, afinal, precisa de uma revolução socialista.