Uma mostra do que poderia acontecer ao Brasil caso a Alca seja implementada é a grave situação do México depois da aplicação do Nafta (sigla em inglês do Acordo de Livre Comércio da América do Norte, que envolve, além do México, os EUA e o Canadá). Desde que foi assinado, em 1994, o Nafta empurrou oito milhões de pessoas para a pobreza, eliminou mais de 28 mil pequenas empresas que não podiam competir com as multinacionais e forçou os trabalhadores mexicanos a trabalhar por salários menores que o mínimo nacional, de US$ 3,40 por dia. O custo de vida disparou 274% enquanto os salários despencaram 30%. Mesmo nos EUA, com sua enorme superioridade econômica, mais de 400 mil empregos industriais e mais de 700 mil em todo o setor manufatureiro, foram perdidos. Graças ao livre fluxo de capitais e mercadorias através das fronteiras, as empresas reduziram seus custos mudando sua produção para o México, onde se instalaram mais de 2.700 maquiladoras que empregam 1,3 milhão de trabalhadores em situações de extrema exploração, que recebem em média US$ 0,50 por hora.

O Nafta transformou o México numa colônia dos EUA. Prova disso é que 88% das exportações do país são destinadas a abastecer o mercado norte-americano.

Mas a Alca é muito pior que o Nafta. É um instrumento para colonizar todo o continente, que vai gerar uma verdadeira catástrofe social e econômica sobre a juventude e os trabalhadores.
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