A menos de duas semanas da transferência de poderes ao governo provisório, a resistência se intensificaNa tentativa de sair do pântano em que se meteu, o presidente norte-americano George W. Bush apresentou no Conselho de Segurança da ONU, no dia 8 de junho, uma resolução transferindo os poderes das forças de ocupação a um governo iraquiano provisório.

Fantoche do imperialismo

Preocupado com a enorme rejeição que tem tido a permanência de tropas no Iraque, Bush buscou e obteve o respaldo dos demais países imperialistas para continuar com seus planos de recolonização no país. A reunião do Conselho da ONU, que discutiu a situação do Iraque, aprovou por unanimidade a imposição de um governo que conduziria “à transição à democracia”, até o ano de 2005.

Esse governo não tem nada de novo e muito pouco a ver com os interesses da população iraquiana. Entre os cinco principais dirigentes, três já faziam parte do anterior governo provisório e dois são ligados ao governo dos EUA.

Além disso, diferentemente do que vem dizendo a mídia, nenhuma autonomia restará ao presidente provisório iraquiano Ghazi Azil al-Yawre, já que a própria resolução da ONU interfere na retirada das tropas de coalizão do Iraque.

Ou seja, a partir do dia 30 de junho os interesses dos Estados Unidos e das grandes multinacionais serão garantidos por um governo fantoche. A população iraquiana sabe disso. Logo após a indicação, diversos grupos rebeldes organizaram novos atentados e uma pesquisa, realizada em maio, indicou que apenas 10% dos iraquianos confiariam em um governo indicado pelos Estados Unidos.

“A resolução vai nos fornecer eletricidade ou água? Duvido”, questionou Eman Abdullah, uma policial iraquiana de 30 anos. “De qualquer maneira, não participamos de nenhuma decisão. Somos apenas peões”, acrescentou.
Post author Yuri Fujita, de São Paulo (SP)
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