Dos dias 23 a 27 de junho, ocorreram as eleições para o Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Foi uma disputa muito importante para o cenário nacional do movimento estudantil, pois esta era uma das únicas universidades públicas com DCE dirigido pelas forças do governo no movimento.
A chapa “Nada Será Como Antes”, que saiu vitoriosa no processo, foi construída num processo democrático e muito rico em debates. Foi resultado da construção de um fórum de esquerda e de várias reuniões que aglutinaram ativistas dos mais diversos cursos dispostos a debater a situação da UERJ, elaborar um programa e construir um DCE de luta.
A chapa enfrentou a UNE governista com todo o seu aparato e suas fraudes. Pautou o debate sobre o ReUni, as fundações de apoio e a necessidade de enfrentar os planos dos governos federal e estadual para a educação, assim como a reitoria da Universidade, que além de privatista é co-autora do projeto do REUNI.
Apesar de a eleição ter ocorrido na semana de provas, a participação dos estudantes foi forte, e derrotou O DCE burocrático e governista, assim como já haviam feito os estudantes das federais.
Na manhã de sábado, dia 28 de junho, encerrou a apuração dos votos, consagrando a vitória da chapa 2 – Nada será como antes. O resultado foi recebido com muita emoção e toda a alegria que se compartilha nas lutas.
Esta vitória, somada à recente vitória no DCE da Universidade Federal de Goiânia de uma chapa com a mesma composição da UERJ, fortalece o Encontro Nacional dos Estudantes, marcado para o dia 2 de julho em Betim (MG). É mais uma demonstração do espaço que tem o movimento combativo para construir uma nova entidade nacional.
Veja o resultado final:
Chapa 1 (PCdoB/PT, apoiada pela reitoria): 2.032 votos (36,5%)
CHAPA 2 (estudantes independentes de esquerda, PSTU e PSOL): 2.382 votos (42,8%)
Chapa 3 (independentes da Engenharia e PDT): 1.111 votos (20%)
Chapa 4 (PCR): 44 votos (0,79%)
*No plebiscito sobre a forma de composição da diretoria, foi aprovada a MAJORITARIEDADE, com cerca de 60% dos votos válidos.