No último dia 22, aconteceram assembleias nas doze regionais de ensino da Paraíba. Em todas, os trabalhadores em educação votaram pela continuidade da greve, que já dura quase um mês.

Cinco regionais ocuparam as respectivas gerências regionais de ensino. Em Campina Grande, os professores ficaram por 24 horas, só saindo do prédio na terça-feira, 23. Em outras duas gerências, as ocupações só não aconteceram porque os prédios estavam fechados.

Na assembleia geral de quarta-feira, também foi votada a continuidade da greve, já que o governador não sinaliza com nenhuma proposta nova e não recebe o comando de greve. Após a assembleia, os trabalhadores e trabalhadoras saíram em passeata pelas ruas da capital João Pessoa até a Assembleia Legislativa.

Cerca de 300 professores ocuparam as galerias e também o plenário da Assembleia. Eles exigiram que os deputados pressionassem o governo a negociar. Os professores informaram aos deputados que estavam ocupando a casa e que só sairiam após a negociação com o governador.

Imediatamente, os deputados mudaram a pauta e transformaram a sessão em sessão especial para debater o problema da educação no Estado, que está em greve desde o dia 26 de fevereiro. Aproximadamente 400 mil alunos estão sem aula nas 1.024 escolas paralisadas. Cerca de 22 mil trabalhadores estão em greve.

O líder do governo na Assembleia Legislativa conseguiu agendar com o governador uma audiência para esta sexta-feira, 26, com o comando de greve. Uma comissão de deputados se formou para ir à audiência. O comando tenta negociar uma solução para o fim da greve. Diante do acordado foi instalada uma nova assembleia, e os trabalhadores decidiram desocupar a Casa na expectativa de que as reivindicações sejam atendidas.

A população paraibana, mesmo prejudicada com a greve, é solidária à luta dos trabalhadores. No dia 18, aconteceu uma reunião com a comunidade de Mangabeira, com os professores e diretores das cinco maiores escolas do bairro, para discutir os rumos da greve. A comunidade aprovou o apoio à greve. Na última terça-feira, aconteceu uma manifestação de apoio à greve na principal rua do bairro, organizada pela comunidade e com a participação dos professores.

O governo aposta no desgaste da greve, mas ela continua forte, com mais de 80% das escolas paralisada.

*Lissandro Saraiva faz parte do Comando de Greve Estadual – Sintep