Depois de oito anos de governo, devemos fazer um balanço em relação às conquistas obtidas pelos trabalhadores. Muitos companheiros honestos nos dizem: “Observem as ‘Missões’, as becas”. Expliquemos o que estamos dizendo:

– O desemprego continua igual. Baixam as estatísticas e aumentam os camelôs;

– As favelas proliferam pelas grandes cidades e a política habitacional é um desastre… Em 2006, o Ministério da Habitação não conseguiu construir nem 34 mil casas;

– A política salarial só favorece o lucro dos empresários (…) a cesta básica custa mais do que o salário mínimo;

– O salário mínimo hoje em dia não garante a cesta básica, que dizer, o custo de vida de 1,4 milhão de bolívares (US$ 700);

– Uma inflação de 18% ao ano corrói os salários;

– Os contratos coletivos. O MVR é o pior patrão do país. Os trabalhadores do Mercal já estão há quase dois anos sem contrato; os empregados públicos, há quatro; os do INCE, há nove; e os trabalhadores do próprio Ministério do Trabalho, há 16 anos! Muitos imaginam que os trabalhadores petroleiros ganham altos salários, mas um funcionário efetivo da PDVSA ganha menos de 150 mil bolívares semanais (menos de US$ 70);

– Por outro lado, observa-se uma ofensiva contra o movimento operário (…) No sábado 24 de março, no teatro Teresa Carreño, (…) ocorria um importante ato para a construção do PSUV. O discurso de Hugo Chávez foi claro, límpido e direto: “Os sindicatos não devem ser autônomos, é preciso acabar com isso”. A voz do presidente não tremeu na hora de repreender os dirigentes sindicais: “Tenho muitos amigos dirigentes sindicais, mas andam brigados, um para cá e outro para lá. Não os recebo enquanto não se unirem”;

– A autonomia sindical significa ter a coragem de denunciar que o Estado venezuelano é um patrão muito mau, pois contrata trabalhadores sem garantias trabalhistas, como qualquer chinês dono de um armazém. Se não há autonomia sindical, quem lutará então pelo salário e para acabar com os desmandos cometidos contra os servidores públicos?

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