Trabalhadores da Prefeitura de Florianópolis foram agredidos pela polícia por ordens do prefeito Dário Berger (PSDB) e do governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB)Na manhã de 15 de junho, os servidores em greve do município de Florianópolis realizaram um ato em frente à Secretaria da Saúde. Logo após, cerca de 500 trabalhadores se dirigiram ao Posto de Atendimento ao Cidadão da cidade com objetivo de ampliar a adesão à greve. No momento em que entravam no Posto, o Grupo de Resposta Tática (GRT) da Polícia Militar, mais conhecido como “Grupo de Repressão aos Trabalhadores”, de forma violenta e arbitrária, agrediu os grevistas.

Entre as vítimas, estavam duas professoras da educação infantil. Os agressores covardes, não satisfeitos, algemaram e prenderam quatro diretores do Sindicato dos Servidores Municipais, que foram encaminhados para a Delegacia.

À tarde, a Secretaria de Segurança do Estado ordenou que os presos fossem levados para outra unidade prisional, o “Cadeião”. Mas os servidores, que naquele momento já somavam mais de mil manifestantes, apoiados por representantes de sindicatos, da Conlutas, da CUT, do movimento popular e de partidos políticos, que ocuparam a avenida em frente à delegacia, permaneceram firmes e dispostos a impedir a transferência dos companheiros.

Por volta das 17 horas, a assessoria jurídica do Sindicato obteve o alvará de soltura em favor dos dirigentes sindicais, que foram libertados. Esta atitude autoritária só fortaleceu a unidade dos servidores em defesa de seus direitos.

Os governos vêm tratando os militantes dos movimentos sociais como criminosos perigosos. Em Florianópolis, há ordem para que os policiais “identifiquem, algemem e prendam as lideranças” das lutas e manifestações.

Bem diferente é o tratamento dispensado aos empresários e políticos envolvidos no mega-escândalo da compra de licenças ambientais para grandes obras na cidade, especialmente shoppings, concedidas por servidores do alto escalão do município de Florianópolis. A imprensa e a Procuradoria se indignaram com a forma com que a Polícia Federal prendeu e processa esses “ilustres ricos cidadãos” que, esses sim, delinqüiram.

Deve-se registrar que as prisões dos ricos senhores compradores de licenças ambientais fajutas e vendedores destas foram respeitosas e delicadas. Já as agressões que sofrem os servidores e todos os ativistas sindicais, estudantis e populares são covardes e indignas. Cada vez é mais importante denunciar essa prática dos governos e das polícias contra o legítimo direito dos oprimidos de lutarem pelos seus direitos, conhecida como criminalização dos movimentos.

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  • Vídeo mostra o momento da ação da polícia