Nos dias 13 e 15 ocorreu em Brasília o VIII Encontro das Trabalhadoras dos Correios que reuniu 69 delegadas e 18 observadoras representando todas as regiões do país, superando as expectativas.

Diferente do que ocorria, a maioria das mulheres neste encontro eram carteiras, refletindo o grande número de mulheres carteiras na empresa. Historicamente, a vanguarda das lutas dos Correios têm sido os carteiros. Isso vai facilitar a organização das mulheres, uma vez que estão no setor mais mobilizado.

Na abertura houve um painel com representantes do PSTU, PT, PC do B e PCO. A fala que mais chamou atenção e polarizou foi a de Ana Luísa, do PSTU, que denunciou a reforma da Previdência e o governo Lula, como um governo que optou em continuar a política neoliberal de FHC. Ela colocou em xeque o discurso do representante do PT de que tudo daqui pra frente será às mil maravilhas e do PC do B, que disse ser este um governo em disputa.

Vários dirigentes sindicais do PT e PC do B, em postos de chefia na empresa, continuam interferindo no movimento sindical. A um ponto que há o risco de chefes de RH serem delegados ao Congresso dos Trabalhadores dos Correios. Tentam atrelar a Fentect à empresa e ao governo e eliminar a democracia na entidade.

Na base ainda existe expectativa no governo, apesar de que esta começará a se desvanecer na campanha salarial. Fruto disso é que o PT e PC do B, com um discurso despolitizado, elegeram 4 das 5 representantes na Coordenação Nacional de Mulheres.
Mas há um grande espaço para uma política independente, classista e de luta. Uma reunião do Movimento por uma Tendência Socialista reuniu cerca de 20 companheiras. Já existe desconfiança em relação às reformas trabalhista e previdenciária e os trabalhadores não querem seu sindicato ou Federação atrelados à direção da empresa. As mulheres têm disposição de luta e uma vontade de aprender muito grande.
Post author Cidinha Lamas, da Secretaria Nacional de Mulheres do PSTU e da FENTEC
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