No Rio de Janeiro, o 8 de Março foi marcado com uma atividade, durante todo o dia, na Cinelândia, tradicional palco de manifestações e protestos. Foram montadas diversas barracas e um palanque, onde aconteceram apresentações teatrais e de dança, shows e manifestações religiosas. Discursos foram sendo feitos ao longo do dia, que encerrou com um ato político.

Abandonando a tradicional passeata na Avenida Rio Branco, o tom do ato foi festivo e despolitizado, e a maior expressão disso foi o eixo escolhido pelos setores que organizaram o ato: “Contra todo tipo de violência queremos paz. Nenhum direito a menos, queremos mais“.

As mulheres da Conlutas e da Conlute, que se recusaram a assinar a convocatória oficial do ato, participaram com um perfil próprio, de denúncia das reformas de Lula e do FMI. Com uma barraca própria, elas levaram um manifesto contra a reforma, adesivos e faixas. A Conlutas e a Conlute discursaram no ato, dando o tom antigovernista e politizando a manifestação. Uma bateria e palavras-de-ordem contra o governo, como “Sou feminista, sou radical. Contra a reforma do governo federal“ também ajudaram a denunciar os efeitos das reformas para as mulheres.

O PSTU também realizou um intervenção, onde convocou o dia de luta contra a ocupação no Iraque e chamou a solidariedade com as lutadoras argentinas, presas há seis meses por lutar por trabalho. No discurso, a secretaria de mulheres do PSTU praticamente rompeu com a organização do ato, que, nas reuniões de preparação, impediu qualquer crítica ao governo ou à CUT. A fala do PSTU recebeu vaias dos setores governistas, que foram abafadas pelas palavras-de-ordem contra as reformas. O PSTU também manteve uma barraca no ato, com diversos materiais, como o boletim Luta Mulher e camisetas.

CALENDÁRIO – A Conlute e a Conlutas do Rio de Janeiro farão no dia 17, na Uerj, o debate ‘Mulheres contra as reformas de Lula e do FMI’. O PSTU também tem uma série de atividades programadas. No dia 18, a Secretaria de Mulheres do partido promove a Festa das Bruxas, na sede da Praça da Bandeira, a partir das 19h. No dia seguinte, realizam um curso de formação política, sobre a opressão à mulher na história, para novos militantes do partido.