Coluna da Conlutas e da Conlute lembrou presas argentinas
Yara Fernandes

Em meio ao tom governista da marcha, coluna denunciou impacto das reformas Sindical e Trabalhista para as mulheresEm São Paulo, a marcha das mulheres reuniu cerca de 15 mil pessoas, que se concentraram no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, às 14h desta terça-feira. O protesto no Dia Internacional das Mulheres seguiu pela Avenida Consolação, terminando com um ato público na Praça da República.

A manifestação protestava contra a violência às mulheres e reivindicava melhores condições de trabalho e direito ao aborto. A caminhada reuniu várias organizações, sendo que a maioria, lamentavelmente, segue com uma postura de defesa do governo nas questões da mulher trabalhadora.

Presença anti-governista
Destoando da maioria das organizações governistas, a coluna da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) e da Coordenação de Luta dos Estudantes (Conlute), reuniu cerca de 1.500 pessoas. A coluna foi a mais animada da marcha e contou com delegações de Bauru e de São José dos Campos – inclusive lutadoras da ocupação do Pinheirinho – entre outras cidades paulistas. Foram elas que garantiram os protestos contra a política econômica do governo Lula e suas reformas neoliberais.

À frente da coluna foi exibida uma faixa “Contra as reformas Sindical, Trabalhista e Universitária de Lula e do FMI”. Logo atrás, dezenas de bandeiras, cartazes e mais faixas exigiam a retirada das tropas brasileiras do Haiti e contra a ocupação criminosa de Bush no Iraque.

`MarchaCom muita garra e alegria, as ativistas entoavam palavras-de-ordem como “mulheres na rua contra a opressão, abaixo as reformas de Lula e do patrão” e “Ô Lula, eu quero ver, legalizar o aborto pra valer”, respondendo a demagogia do governo na questão do aborto, que sequer foi capaz de legalizá-lo para os casos de fetos anencéfalos. A coluna exigia a legalização do aborto como um direito das mulheres, bem como a garantia de atendimento gratuito e orientação nas redes de saúde pública.

Caleta Olivia
Foi lembrada também a luta pela libertação das companheiras presas há seis meses em Caleta Olivia, na Argentina, por lutar por emprego. Além de muitos cartazes exigindo a libertação das prisioneiras, lenços e camisetas foram vendidos para arrecadar fundos de auxílio às companheiras argentinas. Numa demonstração de solidariedade internacionalista, em frente ao Consulado argentino, as mulheres cantaram: “Mulheres do Brasil e da Argentina, viva as lutadoras da América Latina”.

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