No segundo ato em São Paulo contra o PL 5069, pela legalização do aborto e pelo “Fora Cunha”, nesse dia 12 de novembro, as mulheres negras foram as protagonistas. Uma comissão de frente de mulheres negras e a priorização da pauta a partir do corte racial no ato, estavam em sintonia com o Novembro Negro e com os últimos dados do Mapa da Violência que demonstrou que, além dos homicídios de mulheres terem crescido no Brasil, a maioria dos homicídios são praticados contra as mulheres negras. São elas também a maioria das vítimas fatais em decorrência do aborto inseguro.

Uma preocupação entre as mulheres presentes era com as escolas ocupadas pelos secundaristas contra a reorganização de Geraldo Alckmin (PSDB) e, principalmente, com a repressão que está existindo pela PM de São Paulo na porta das escolas ocupadas. Na escola Fernão Dias, a PM havia jogado gás de pimenta em mulheres jovens na frente da escola ocupada.

A existência do perigo iminente de que a Tropa de Choque pudesse invadir essa escola e a necessidade política de prestarmos nossa imediata solidariedade aos estudantes secundaristas fez com que algumas organizações da esquerda como o Movimento Mulheres em Luta, o coletivo Juntas e o coletivo Pão e Rosas consultassem as mulheres presentes nas colunas destes coletivos se deveríamos seguir em passeata até a escola Fernão, o que foi aprovado.

A chegada da coluna de mulheres na escola ocupada há 4 dias foi emocionante. Uma bateria com mulheres secundaristas cantava: “O Fernão é escola de luta, fica preparado que se fecha nóis ocupa” quando os movimentos se encontraram.

As mulheres contra o PL 5069 se somou à luta contra o desmonte da educação pública, e a unificação das lutas é urgente para derrotarmos Eduardo Cunha (PMDB), Geraldo Alckmin (PSDB) e também o governo Dilma (PT), que cortou R$ 10 bilhões da educação e metade do orçamento de combate à violência contra a mulher.