Sem dúvida nenhuma, quem esteve presente no III Fórum Social Mundial, realizado em Ciudad Guayana, na Venezuela, ficou empolgado pelo carinho recebido pelo povo venezuelano e o entusiasmo que a vanguarda deste país tem pelo “processo revolucionário” que se vive na Venezuela. Além disso, houve muitas programações culturais e ao terminar os trabalhos, muitas festas.

No entanto, com relação à discussão política, o Fórum foi um tremendo fracasso. Por trás de questões organizativas, escondia-se o veto ao debate de questões políticas: as mesas eram superlotadas de palestrantes que davam longos informes e, como sempre existiam apresentações culturais, nunca havia tempo para o debate. A programação do dia seguinte era anunciada no final do dia anterior, ou na manhã do próprio dia.
Além disso, somente estavam presentes a delegação de Brasil e Venezuela. Colombianos, bolivianos, peruanos e equatorianos não compareceram.

Mas o pior de tudo é que os organizadores do Fórum (eleitos ninguém sabe por quem) decidiram que somente se poderia falar sobre questões estritamente amazônicas, não pautando a Revolução Boliviana, a situação política colombiana e o Plano Colômbia, o desenvolvimento do processo revolucionário venezuelano e se recusando a discutir a situação política no Brasil.

Enfim perdeu-se uma excelente oportunidade de se fazer um rico debate político internacionalista.

OFICINA DO ILAESE FOI SUCESSO DE PÚBLICO

O Instituto Latino-Americano de Estudo Sócio Econômico (ILAESE), promoveu uma oficina sobre “O Governo Lula, Frente Popular e os Movimentos Sociais no Brasil”, que teve como palestrante Hebert Amazonas, trabalhador dos Correios e membro da direção do PSTU, e Américo Gomes, da coordenação do ILAESE.

Apesar da péssima convocação realizada pelo Fórum, que chegou a informar que a oficina não aconteceria por problemas “organizativos”, esta foi um sucesso de público, chegando a reunir mais de 200 pessoas.

Além disso, o debate político foi intenso, tanto entre brasileiros que debateram os caminhos do governo Lula, como entre venezuelanos que debatiam o curso da revolução. Como Lula no Brasil, Chaves foi bastante criticado por ter formado o grupo “Amigos da Venezuela” com países que apoiaram o golpe contra seu governo.

MILITANTES DO PC do B RASGAm FAIXA DO PSTU

Apesar do clima de fraternidade que envolvia o Fórum, um incidente lamentável ocorreu no ato de abertura.

Depois de uma longa passeata, que percorreu toda a cidade, uma militante do PCdoB de Manaus, respaldada por seus “companheiros”, cortou uma faixa do PSTU que criticava as reformas realizadas pelo governo Lula. Como se não bastasse, as provocações continuaram ao longo do Fórum, inventando mentiras e caluniando os militantes do PSTU.

Chegaram a defender que os militantes do PSTU não poderiam voltar ao Brasil nos ônibus das delegações. Felizmente, essa atitude foi repudiada pela maioria da delegação, composta por militantes e sindicalistas do PT, independentes e militantes honestos e sérios do próprio PCdoB.

Post author Asdrúbal Barbosa, de Porto Ordaz, Venezuela
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