O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi uma das principais organizações envolvidas na preparação e organização do plebiscito. O MST é uma referência importante para amplos setores de vanguarda. Seus ativistas estiveram empenhados na realização deste plebiscito.

No entanto, houve uma grave oscilação política do movimento, cuja origem é o fato da direção do MST não ter rompido com o governo Lula, embora se mostre mais crítica do que no passado. Dias antes do plebiscito, por exemplo, o jornal Brasil de Fato, muito influenciado pelo MST, publicou uma declaração de Lula sugerindo que o presidente apóia a mobilização pela reestatização da Vale. Algo que foi desmentido posteriormente pelo próprio presidente.

Em muitos estados, o MST organizou o plebiscito com as quatro perguntas, conforme orientava a coordenação da campanha. Em outras regiões, infelizmente, fizeram o mesmo movimento da CUT, preservando o governo. Foi o caso do MST de Pernambuco. Outra oscilação que a direção do movimento apresentou recentemente foi a dúvida sobre a participação de seus ativistas na marcha a Brasília no dia 24 de outubro.

Por anos, o MST forjou grande autoridade sobre os lutadores do país e demonstrou que tem forte tradição de lutas. Essa autoridade deve agora estar a serviço das lutas em defesa dos direitos dos trabalhadores. Por isso, o MST deve romper claramente com o governo Lula. Chamamos também a participarem, jogando todas suas forças, na marcha a Brasília, que vai dar um passo decisivo na luta contra as reformas neoliberais. Não dá para manter as ilusões de que é possível disputar o governo e empurrá-lo para a esquerda.
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