A CSP–Conlutas acaba de receber novas informações de lideranças indígenas da assembleia Aty Guasu (assembleia de liderenças kaiowás), do Mato Grosso do Sul. Na manhã desta sexta, 15, foi retomada parte da aldeia Takuara. A luta vem sendo travada na aldeia Lexuxa desde anteontem, dia 13, data de morte do cacique Marcos Veron, assassinado há 13 anos por jagunços e pistoleiros quando defendia essa mesma terra, roubada por fazendeiros

A luta em defesa da demarcação das terras indígenas, neste momento, precisa se expressar na ampla solidariedade aos povos Guarani Kaiowas, na retomada das aldeias Lexuxa e Takuara.

O gerente da fazenda, Ramón Evangelista, jagunços e a DOF (polícia de operações da fronteira) estão cercando os indígenas em luta e começaram a atirar! Não sabemos o que pode acontecer!

Não podemos permitir que mais indígenas sejam assassinados, sofram violência.

Nos últimos 12 anos, 390 índios foram assassinados no estado, de acordo com o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e aproximadamente 500 cometeram suicídios por não conseguir lidar com as humilhações, guerra psicológica e violência física a que são submetidos cotidianamente.

Nenhuma violência contra os povos Guarani Kaiowas. Chega de genocídio. Pela demarcação imediata das terras indígenas já!

Atualização
Embora não estejam sob ataque neste momento, a situação continua muito grave. Passam caminhonetes tipo “pick-up” aparentemente se concentrando em algum lugar próximo da aldeia, o que aumenta a tensão sobre a iminência de um “ataque-surpresa”.

As lideranças recebem ameaças das mais variadas formas. Não descartam a possibilidade de que aconteçam até prisões sob o falso argumento de que estão invadindo e quebrando a sede da fazenda. É importante divulgar que os índios estão acampados do lado de fora, na mata, inclusive para preservar fontes de água.

Seguimos atentos. Não podemos admitir nenhuma violência contra os povos Guarani Kaiowá. Chega de genocídio! Pela demarcação imediata das terras indígenas já!