Após intensas manifestações em Vitória (ES) contra o aumento de passagens de ônibus, o movimento conseguiu reverter a medida. Diante dos crescentes protestos que não se intimidaram com a repressão, o governo teve que recuar. No dia 24 de julho, o governador Paulo Hartung revogou o aumento. Assim, os valores voltaram a ser R$ 1,80 nas linhas intermunicipais e R$ 1,50 nas linhas bairros–terminais.

O preço havia subido para R$ 1,90, com previsão para chegar a R$ 2,30. Com isso, o movimento estudantil se organizou e iniciou uma luta que só terminaria com a revogação. No dia 19 de julho, foram jogados ovos na sede da Ceturb, Conselho Estadual de Transporte Urbano, onde estava ocorrendo uma reunião para discutir o aumento. À tarde, estudantes fizeram um novo ato que foi duramente reprimido pela tropa de choque, com bombas de gás e balas de borracha, que deixou vários manifestantes feridos. Um deles levou cinco tiros de bala de borracha, sendo dois nas costas e três nas pernas.

No dia 20, milhares de estudantes ocuparam as ruas da grande Vitória e marcharam até a entrada da 3a ponte, principal via que liga a capital ao município de Vila Velha, e tomaram o pedágio. No dia 21, estudantes ocuparam o Palácio do Governo por volta do meio-dia, tentando falar com o governador, sem sucesso.

No dia 22, o movimento estudantil fez nova manifestação, com vários grupos de 15 pessoas entrando nos ônibus pela porta de saída, divulgando e conversando com a população e incentivando outros passageiros a também não pagar a tarifa abusiva. Às 17 horas, os estudantes ocuparam novamente o pedágio da terceira ponte.

Depois de quatro dias de intensos protestos com milhares de estudantes, o governo recuou e o movimento estudantil provou que somente a força das mobilizações de rua pode alcançar a vitória. Agora, a luta não acabou, pois ainda é preciso lutar pela bandeira histórica do Passe Livre.

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