Veja o relato dos atos em BH e Fortaleza e o vídeo com o ato em SPO mapa da violência no Brasil é alarmante. Dados do SUS revelaram que entre os anos 1997-2007, cerca de 41.532 mulheres foram assassinadas. Foram cerca de 10 mulheres mortas por dia, numa média de quase duas horas. Estatísticas que, em 2010 ganharam as telas, com a divulgação de de mortes bárbaras, como as de Elisa Samúdio e Mércia Nakashima – absurdos que demonstram uma parte do que é a realidade das muitas que morrem no anonimato e vítimas da impunidade.

Para dar um basta a esta realidade e acabar com a impunidade dos agressores, o Movimento Mulheres em Luta e outras organizações como a Marcha Mundial de Mulheres, promoveram atos pelo país neste dia 25 de novembro, “Dia Latino-Americano pelo fim da violência à mulher”. A data foi escolhida em homenagem a Mirabal, Minerva e Maria Teresa, também conhecidas como irmãs “Mariposas”, que foram violentamente assassinadas pelo ditador da República Dominicana, Rafael Leônidas Trujillo, em 25 de novembro de 1960. O assassinato chocou o país e ajudou a acelerar a queda deste governante do poder. A partir de 1981, em referência a essas lutadoras, em toda América Latina, o 25 de novembro é lembrado como um dia de luta.

VEJA ABAIXO ALGUNS DOS ATOS PELO PAÍS

BELO HORIZONTE

O Mov. Mulheres em Luta, a Marcha Mundial das Mulheres, ALEM, SindRede, Sitraemg e Quilombo Raça e Classe marcaram sua posição em um ato na Praça Sete, em Belo Horizonte. O ato contou com cerca de 100 pessoas, além das manifestações de apoio de quem passava pelo local. Tatiana, servidora pública há 20 anos, que passava pela praça, declarou: “o que vocês estão fazendo é muito importante. Precisamos dar uma basta em tudo isto”.

Para Lívia Furtado, dirigente do MML em Minas Gerais, as mulheres precisam ficar atentas. “A eleição de Dilma não garantiu a chegada das mulheres trabalhadoras do poder. Portanto, para seguir adiante na luta pelos nossos direitos, precisamos estar organizadas e independente dos governos e dos patrões”, afirma.

  • SÃO PAULO
    Veja o vídeo da TV PSTU

  • FORTALEZA
    Em Fortaleza, a data foi marcada por uma semana de atividades organizada pela CSP-CONLUTAS. As atividades começaram com visitas aos canteiros de obra, em especial os com maior presença da mão-de-obra feminina. Veja o relato enviado por Anna Karina.

    “Panfletamos e dialogamos com os trabalhadores sobre a opressão e a exploração, explicando-lhes como a patronal se beneficia dessa prática no dia a dia da classe trabalhadora. Apontamos a necessidade de avançar no combate ao machismo e que a mulher trabalhadora não é inimiga do homem trabalhador, por isso precisam estar juntos, “ombro a ombro”, para impedir os ataques da patronal.

    Nos dois canteiros que fomos encontramos prática de desrespeito à classe como: almoço mal cozido e sendo servido em depósitos plásticos e a água saindo dos bebedouros muito quente para o consumo, práticas proibidas pelo Ministério do Trabalho. É claro que esses descasos com os trabalhadores são apenas a ponta de um iceberg marcado por precariedade, ritmo alucinante de trabalho e salários achatados.

    E apesar de afetar a todos os trabalhadores o faz com mais força as mulheres que continuam recebendo menos que os homens, sendo a elas reservado o trabalho como cuidar da limpeza e acabamento nas obras. Quando vemos mulheres trabalhando como pedreiras como na obra do Hospital de Mulher, “a menina dos olhos” da prefeita Luizianne Lins do PT, vemos também o aumento de doenças do trabalho como tosse e problema respiratório em função da precariedade das condições de trabalho.

    Na universidade a juventude da ANEL e o Movimento de Mulheres em Luta organizaram uma panfletagem, uma peça teatral sobre violência à mulher e um ato marcado por várias velas acessas fazendo referência às mortes de mulheres que chamou bastante atenção de todos os que passavam por lá.

    Houve ainda uma iniciativa para buscar um ato de unidade com outros setores feministas, sem sucesso. Seguiremos dando a batalha pela unidade das mulheres trabalhadoras por seus direitos e contra os governos de plantão tendo a absoluta clareza que nossos problemas não se resolverão pelo fato de uma mulher passar a sentar na cadeira presidencial.

    Nós, do Movimento Mulheres em Luta e também militantes do PSTU afirmamos que é preciso organizar as mulheres trabalhadoras contra o machismo e o capitalismo, que todos os trabalhadores devem avançar pra construção de uma sociedade socialista, sem opressão e exploração.