Encontro reuniu mais de 80 pessoas
Ana Rosa Minutti

A plenária reuniu mais de 80 pessoas e levantou as bandeiras por creche e licença a maternidade ampliadaMulheres da construção civil, costureiras, judiciárias, bancárias, professoras e trabalhadoras de outras categorias marcaram presença na Plenária do Movimento Mulheres em Luta que ocorreu no dia 30, no Fórum Social Mundial, em Salvador. O encontro reuniu mais de 80 pessoas inclusive homens que vieram representando categorias de suas regiões.

A exploração, a discriminação e o machismo pelo qual passam as mulheres foram os principais temas dos debates. Além destes, foram levantadas as bandeiras por creche e licença a maternidade ampliada.

No inicio da reunião os olhos, atentos, estavam voltados ao vídeo feito antes do terremoto sobre o Haiti. O documentário denunciava a ocupação militar e seu verdadeiro papel de exploração a mando do imperialismo do EUA e da Organização das Nações Unidas (ONU). Logo após, outro vídeo sobre as mulheres nordestinas e sua vida cotidiana chamou a atenção e muitas mulheres que ali estavam, também se viram na tela e se emocionaram.

A mesa da plenária foi composta pela representante da Conlutas e integrante do Movimento Mulheres em Luta, Ana Pagamunici, e pela diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos filiado à Conlutas, Rosângela Calzavara, também do movimento.

Ana abordou a formas de potencializar a luta das mulheres dos sindicatos e como esta organização e união se faz necessária, pois a crise mundial não acabou e quem está pagando preço são as trabalhadoras e trabalhadores com seus salários rebaixados e desemprego em massa. “Acreditamos que homens e mulheres devem fazer parte desta união em busca de um feminismo classista”, disse. Já Rosângela salientou a necessidade de se levantar as bandeiras por creche e licença a maternidade estendida a todas as mulheres.

A plenária abriu para as falas e experiências foram contadas sobre a exploração e preconceito que as mulheres trabalhadoras ainda sofrem.
A solidariedade com as mulheres haitianas também foi um dos temas da reunião. Uma companheira do Haiti que está no Brasil, Michaelle Desroiers, falou das dificuldades das mulheres daquele país que sofrem com a exploração e estupro.

Ana Rosa Minutti, também coordenadora do Movimento, alertou sobre a preocupação com as mulheres grávidas no Haiti. “Saiu na grande imprensa que mais de 7 mil mulheres haitianas em gravidez de risco estão morrendo, pois estão dando prioridade aos feridos no terremoto, este fato é muito alarmante”.
Ana Rosa acrescentou a importância da criação do Movimento Mulheres em Luta. “A plenária estava cheia o que mostra a relevância deste encontro. Todos os presentes puderam expor e trocar experiências. Esta oportunidade de poder denunciar a exploração e preconceito sofridos pela mulher mostra a necessidade destes encontros e do movimento”.